Rio Nem mesmo fraturas nos ossos e dores musculares foram capazes de impedir os velocistas brasileiros de brilharem ontem no Estádio Olímpico João Havelange, no segundo dia de disputas dos Jogos Paraolímpicos do Rio. No total foram seis medalhas de ouro, sete de prata e quatro de bronze.
Com fissuras na tíbia e fíbula das duas pernas, Lucas Prado venceu os 100 metros rasos, classe T11, e formou o primeiro pódio exclusivamente brasileiro ao lado de Felipe Gomes, o segundo, e Hilário Neto, terceiro colocado. Com o tempo de 11s29 ele igualou o recorde parapan-americano estabelecido na segunda-feira, mas não superou seu recorde mundial, 11s26, obtido na semana passada durante o Mundial de Cegos, em São Paulo.
"Senti fisgadas de leve nas pernas durante a corrida, mas isso se deve às fraturas e à intensidade dos treinamentos. Mas o melhor remédio para as dores é a medalha de ouro", festejou Prado, que tem por meta se tornar o primeiro cego a correr abaixo dos 11 segundos na Paraolimpíada de Pequim.
Natural de Curitiba, ele gasta duas horas e meia para ir treinar em Joinville e contou que para ficar completamente curado precisaria parar por um mês antes dos Jogos. Seu médico recomendou o repouso, mas ele ignorou.
"Parar um mês significa a perda de seis meses de treino para um atleta. Aí falei ao médico que se as pernas não quebraram até agora, não vão quebrar mais", divertiu-se. Em seguida, assegurou que após o Parapan descansará por pelo menos 25 dias. Ainda no Rio, ele disputará as provas de 200 metros e 400 metros para tentar obter novos recordes.
Outro que driblou as dores para conquistar o ouro foi o mato-grossense Pedro Moraes nos 200 metros rasos, classe T12, com o tempo de 22s48. Durante o mundial paulista de cegos, ele sofreu uma contratura no músculo posterior da coxa esquerda.
Para fechar o dia, ouro com Yohansson Ferreira, que ganhou a disputa contra Antonio Delfino nos 100 metros, T46 (amputados e deficiências sem classificações), Ariosvaldo Silva, nos 100 metros, T53; e a vitória da favorita Teresinha Guilhermina nos 100 metros, T11, com o tempo de 12s47.
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