A segunda edição do Rally Dakar na América do Sul colocará muito mais areia e calor no caminho de motos, quadriciclos, carros e caminhões. Se em 2009 foram dois dias no Deserto do Atacama, agora 6 das 14 etapas serão lá. Mas pisos pedregosos, canyons, montanhas, rios e a altitude da Cordilheira dos Andes também fazem parte dos 9.030 quilômetros de percurso em terras argentinas e chilenas.
Os 614 competidores inscritos largam amanhã de Buenos Aires, às 16 horas. Desta vez, em sentido antihorário, contrário ao da edição passada. Entre eles, 24 brasileiros. Dos quais, três paranaenses todos na categoria carros. A dupla Maurício Neves e Clécio Maestrelli com o Race Touareg 2, do time oficial da Volkswagen, tem chances de lutar pelas primeiras posições. O navegador Emerson Cavassin, o Bina, parceiro do paulista Jean Azevedo no Mitsubishi Pajero Full da equipe Petrobras Lubrax, planeja uma prova para chegar.
Para os estreantes, como os paranaenses, o primeiro dia sem nenhuma especial (trecho cronometrado) virá bem a calhar. Principalmente no caso dos navegadores, impedidos de manusear antes da largada o equipamento fornecido pela organização.
"Na inspeção é assim: GPS, esse é o Emerson Cavassin; Emerson Cavassin, esse é o GPS. Depois só nos vemos na competição. Vai dar pelo menos para dar uma fuçada nesse dia. Apesar de que o bicho pega mesmo nas especiais", diz Bina.
Após três etapas de piso duro e rápido com uma zona de dunas de areia branca como aperitivo , será hora de cruzar a cordilheira e encarar o deserto mais árido do mundo. "Aumenta a dificuldade. Mas não é tão complicado assim. Não serão dunas 100% do tempo. Vamos com cautela no primeiro trecho, adquirir confiança e aí encarar", revela Neves. "É mais areia. Mas não chega a ser como era na África, deserto o tempo inteiro. Aqui são dunas intercaladas com outros pisos", acrescenta Bina.
Em uma prova tão desgastante, a estratégia é fundamental.
"Nosso ritmo será aquele chegador. Não adianta querer andar no limite e encarar os caras que têm equipamento de ponta. Tem uns 15 a 20 carros em condições de ganhar, com investimento de mais de R$ 1 milhão, bem maior que o nosso", analisa Bina.
"Vamos aprendendo durante o rali. Em uma competição de dias, não dá para traçar um plano certinho desde o início", complementa Neves, a bordo de um dos carros citados pelo conterrâneo.
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