Retrospecto - Ano triste no esporte
A punição do trio paranaense acaba em abril de 2011, quando se completa dois anos do flagrante, feito na Volta de Santa Catarina, em abril de 2009, vencida por Alex Diniz, de Pernambuco, cujo exame também deu positivo para EPO. O caso veio à tona em outubro, quando o presidente da Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC), José Luís Vasconcelos, anunciou o prazo para os acusados pedirem a contraprova. Não pediram, alegando o alto custo, entre R$ 850 e R$ 8,5 mil.
O ano passado teve o recorde de atletas brasileiros flagrados nos testes. Foram 46 positivos. Até então, o ápice havia sido em 2004, com 31. No Paraná, além dos três ciclistas, foi suspensa a atleta dos 400 metros com barreira Luciana França, da Rede Atletismo.
Outros quatro atletas da Rede caíram no exame, no maior escândalo do doping do país, às vésperas do Mundial de Atletismo, em agosto: a EPO foi injetada a pedido do técnico Jayme Netto, sem que os atletas soubessem que se tratava vde substância proibida.
Há um ano, o ciclismo paranaense virou o centro das atenções por três casos de doping. Os exames de Alex Arseno, Alcides Vieira e Cléberson Weber, da equipe DataRo, deram positivo para eritropoietina (EPO), hormônio que melhora a performance em provas de longa distância e resistência.
Foram suspensos em outubro por dois anos. Agora, contam os dias para o fim da pena, em abril, e a reconstrução da carreira. O trio deve voltar a competir, visto que há meses eles têm propostas de importantes equipes. "São três grandes atletas, não ficarão sem equipe", afirma Kid, técnico do time de Pindamonhangaba, líder do ranking nacional.Arseno, campeão brasileiro de 2009, segue treinando e aceitou o convite para competir por Pinda ao término da punição. Ele e Weber poderiam, inclusive, voltar a pedalar pela DataRo. O time superou o choque de ter seu nome ligado ao doping, conta o diretor Rogério Fagundes. "Não tivemos nenhum problema. Nossos patrocinadores entenderam que foi uma situação particular, que nada tem a ver com a filosofia da equipe. Um erro não pode deixar uma mágoa. Tanto o Alcides quanto o Cléberson são atletas espetaculares. São, também, caros, mas se quiserem voltar a trabalhar conosco, serão bem-vindos", afirmou.
Cléberson Weber, de Cascavel, planeja aceitar. "Foi um erro. Quando recebi a notificação, quis parar. Mas a família e amigos me incentivaram a seguir." Foram sete meses sem pedalar, se dedicando a um comércio em sociedade com o irmão. Depois, passou a dividir-se entre a loja e os treinos.
Agora, aos 26 anos, prepara-se para voltar. Não sem certa dificuldade: sem equipe, cobre os custos com equipamentos, suplementação alimentar e treinamentos com o lucro da loja. "Minha rotina é como se eu estivesse competindo, treino com o Alcides [Vieira], o Nilceu [dos Santos, o The Flash, da equipe de Pindamonhangaba]. São de 80 km a 200 km por dia. Muita gente entendeu o que aconteceu, incentiva. Agora é manter a cabeça erguida e não cometer os mesmos erros", diz o ciclista.
No caso de Alcides Vieira, a suspensão foi o tipo de "mal que vem para o bem", ele mesmo diz. "Quando recebi o resultado do exame, pensava no que ia fazer. Não fiquei em depressão, nem nada. Pensava em virar essa jogada. Voltei a estudar por um tempo. Não me apavorei", relembra.
Sem competir, Vieira, 28 anos, começou a participar da elaboração de provas. Afirma estar indeciso sobre o futuro a partir de abril de 2011. O cascavelense divide-se entre a saudade das disputas e a satisfação em organizar competições.
Atualmente, é o presidente da Liga de Ciclismo do Oeste do Paraná. "Auxiliar nos bastidores era algo que já queria, mas, competindo, não tinha tempo. "Fico feliz porque as pessoas têm gostado, elogiam. Como fui ciclista, sei o que é preciso para uma boa prova. Tento fazer como se fosse para eu disputar", fala.
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