A candidatura paranaense apresentou diferentes personagens em momentos distintos. Alguns, como Onaireves Moura, ex-presidente da Federação Paranaense de Futebol (FPF), sucumbiram no meio do caminho. Outros ascenderam e ganharam força na reta final da campanha. É o caso do vice-governador do estado Orlando Pessuti.
O político entrou em cena no meio do tiroteio verbal entre Ricardo Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), e o senador Alvaro Dias. Tinha a incumbência de salvar a aspiração local de receber alguns jogos da Copa do Mundo de 2014. Conseguiu.
"O meu compromisso era de brigar pelos interesses do Paraná. Cumpri com o meu dever de paranaense, cidadão e homem público", disse ele, antes de embarcar às Bahamas com escala em Belém para a conferência nacional dos deputados estaduais , na terça-feira.
A estratégia do vice-governador para tirar a candidatura da UTI consistiu em angariar apoios. Formou um comitê local com representantes de diversos setores. Paralelamente, a pressão de uma possível eliminação da capital paranaense obrigou Alvaro Dias a maneirar nas críticas a Teixeira. O principal problema estava contornado. "Remamos todos juntos agora", avisou Pessuti.
Foi também por causa da intervenção do representante do governo estadual que outra polêmica chegou ao fim. Logo nos primeiros dias de gestão, Pessuti cravou a Arena da Baixada como sede curitibana do Mundial. O posicionamento acabou com as pretensões de Coritiba, Paraná e da antiga administração da FPF, jogando pelo ralo três protagonistas da fase inicial do pleito paranaense: Giovani Gionédis (Coxa), José Carlos de Miranda (Tricolor) e Onaireves Moura (Federação).
O trio se uniu na tentativa de erguer um novo estádio no local onde hoje se encontra o Pinheirão. A ideia era fazer ali o complexo esportivo que abrigaria o Mundial. Não prosperou.
Além do vice de Requião, o prefeito Beto Richa também teve papel de destaque, ajudando a liderar o processo. É diretamente com Richa que Teixeira trata dos assuntos ligados ao Mundial no estado. "Mantive conversas constantes com o Ricardo Teixeira, que sempre me atendeu muito bem. Fiquei honrado ao ser chamado para uma conversa horas antes de ele embarcar para as Bahamas (há duas semanas)", ressaltou o político.
Coincidentemente, tanto Pessuti quanto Beto surgem como possíveis pré-candidatos a governador a eleição será no próximo ano. A dupla nega o uso da Copa para fins políticos. "Estou trabalhando pelo Paraná", avisa o vice-governador. "Não tem nada a ver. Não vejo como pode ter algum ganho político com isso", emenda Richa.
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