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Paranavaí – Jornais esgotados às nove horas da manhã, camisas em falta e emissora de rádio tocando o hino a cada dez minutos. A cidade de Paranavaí está experimentando um sabor doce e inédito desde ontem, dia seguinte à vitória do Vermelhinho no primeiro jogo decisivo do Campeonato Paranaense, por 1 a 0, contra o Paraná. É o gosto de chegar à segunda partida com a vantagem do empate. Nem mesmo em 2003, quando chegou ao confronto final invicto, o time do Noroeste do estado esteve tão perto da taça.

Ontem, contudo, enquanto cada segundo da ressaca da vitória era apreciado nas ruas coloridas de vermelho e branco, o cuidado para conter o clima de "já ganhou" ainda prevalecia. As tradicionais faixas de campeão não foram vistas pela cidade. Mas mesmo sem claramente admitir, era fácil perceber que, de domingo para segunda-feira, os apaixonados fãs do ACP não apenas renovaram como também aumentaram a fé na conquista do Estadual. "Pelo que vi acho que dá para ser campeão", disse a estudante Kenedy de Souza, enquanto caminhava vestida com a camisa do Vermelhinho pelas ruas centrais de Paranavaí.

Os jornais que documentaram a façanha do time interiorano foram muito disputados. A Gazeta do Povo de ontem, por exemplo, era "artigo de luxo" na cidade. "As Gazetas que vieram não chegaram nem a ficar na banca. Elas já estavam todas encomendadas. Os próprios jogadores do ACP vieram aqui à procura do jornal e ficaram sem", lamentou Marinilda Tanaka, proprietária da Banca Tanaka, uma das mais tradicionais da região. A saída encontrada por alguns foi compartilhar a leitura nos bancos das praças.

No calçadão junto ao cruzamento das ruas Getúlio Vargas e Souza Naves, conhecido ponto de encontro que é uma espécie de "Boca Maldita" de Paranavaí, o papo, é claro, era um só: o ACP. Na manhã de ontem lá estavam Edson Felippe, que foi presidente do clube em 2002 e 2003 (quando levou o time à conquista do segundo lugar do regional); o Major Antônio Olímpio Lima, sub-comandante do 8.º Batalhão da Polícia Militar, que no domingo chefiou o esquema de segurança no estádio Waldemiro Wagner; e o radialista Antônio Falavigna. Todos curtindo o momento histórico do "querido Vermelhinho." "Não vai ser fácil tirar esse título daqui", advertiu Felippe. "É muito bom ver um time representando tão bem a Região Noroeste", destacou o Major Lima, policial e torcedor. "Estamos contentes, mas não satisfeitos", disse Falavigna.

O comerciante e ex-lateral-direito das categorias amadoras do Paranavaí, João Pedro de Souza, mais conhecido como Índio, teve todo o estoque de artigos do time da cidade esgotado no último domingo. "Até a minha camisa do ACP eu vendi", ressaltou.

Enquanto conversava com a reportagem da Gazeta, seis pessoas foram até a sua loja atrás de camisas do ACP. "Volte quarta-feira", dizia ele, prevendo a chegada de mais uma remessa do concorrido material. "Nenhum comerciante da cidade esperava por isso", garantiu Índio.

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