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Presidente Rubens Bohlen de frente para o empresário Carlos Werner, que encabeçou movimento para tentar mudar os rumos do Paraná. | Antônio More/Gazeta do Povo
Presidente Rubens Bohlen de frente para o empresário Carlos Werner, que encabeçou movimento para tentar mudar os rumos do Paraná.| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

Minutos antes de entrar na reunião do Conselho Consultivo do Paraná, na noite de terça-feira (10), na sede social da Kennedy, o presidente Rubens Bohlen deu uma prévia daquilo que aconteceria no encontro.

“Façam suas apostas. Se eles são os Paranistas do Bem, então eu passo a ser o paranista do mal”, disparou, em alusão ao grupo liderado pelo empresário Carlos Werner que queria investir R$ 4 milhões no Tricolor em troca da renúncia do presidente.

O final da reunião confirmou as previsões do mandatário. Durante mais de três horas, o grupo de Werner, ex-presidentes e líderes dos conselhos Deliberativo, Consultivo e Fiscal, os principais do clube, tentaram convencer Bohlen a renunciar à presidência tricolor. Irredutível, o presidente, que deixou a Kennedy sem falar com a imprensa, avisou que não sai.

A aparente vitória de Bohlen, entretanto, promete vir acompanhada de forte pressão interna. A cobrança será em diversos fatores, incluindo a montagem de um elenco competitivo para brigar pelo acesso na Série B e o compromisso de pagar salários em dia.

Na visão dos presidentes dos conselhos, ex-presidentes e de Werner, esta foi a responsabilidade assumida individualmente por Bohlen ao rejeitar o projeto apresentado pelos Paranistas do Bem.

“Ao não aceitar a proposta do grupo, o presidente assumiu um compromisso totalmente pessoal que é de trazer soluções aos graves problemas que o Paraná enfrenta”, cravou o presidente do Conselho Consultivo, Benedito Barboza. “De um lado, havia um projeto crível, algo factível. De outro, existe a fala do presidente”, prosseguiu Barboza.

“O clube precisa de investimentos. A partir do momento em que você diz não a um investimento, pode colocar em xeque todos os projetos do clube para o futuro”, fez coro Rodrigo Vissotto, presidente do Deliberativo.

Todos os dez membros do Paranistas do Bem estiveram na reunião. Apesar de contrariado, Werner, o porta-voz do grupo, disse aceitar a decisão de Bohlen de seguir na presidência e, assim como Barboza e Vissotto, asseverou: agora a responsabilidade de resolver os problemas está exclusivamente nas mãos do cartola.

“Trouxemos uma ideia que não foi apoiada. Não achamos que o presidente não tenha crédito, mas o Paraná perdeu muita credibilidade e confiávamos em um fato novo, que era uma nova gestão”, ressaltou Werner.

O empresário assegura ainda que, mesmo diante da negativa do presidente, o Paranistas do Bem não lançará chapa de oposição nas próximas eleições, em setembro.

Presente no encontro e único ex-presidente a integrar o grupo de Werner, Aquilino Romani efetuou duras críticas a Bohlen. “A vaidade dele é imensa. Os três presidentes dos conselhos foram favoráveis [à renúncia], assim como a maioria dos ex-presidentes”, argumentou.

“A forma como ele se posicionou é muito maléfica para o clube. A gestão dele não é desonesta, mas é muito ruim”, criticou Romani, que em 2011 pediu afastamento da presidência e não voltou mais ao cargo.

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