Sem calendário definido para o time em 2012 (além do processo eleitoral de novembro), a diretoria do Paraná garante ter um esboço de planejamento para o próximo ano.
A estratégia dos atuais mandatários do clube passa, basicamente, por duas frentes: 1) a remontagem do elenco; 2) como fomentar recursos para bancar a montagem da equipe.
Uma comissão de planejamento, comandada pelo diretor de futebol afastado, Paulo César Silva, em conjunto com Guto de Mello, diretor de futebol, e Celso Borba Bittencourt, vice-presidente de finanças, está trabalhando para elaborar esses dois projetos.
Pela concepção estratégica dos paranistas, o clube descarta a possibilidade de disputar a Divisão de Acesso no Campeonato Paranaense hipótese que obrigaria o Tricolor a entrar em campo poucas vezes no primeiro quadrimestre do ano.
Os dirigentes traçam dois projetos, com a diferença financeira apenas. Um é mais realista pois prevê dificuldades monetárias e a possibilidade de armar um elenco modesto, apenas para disputar sem riscos a próxima Segundona. Outro, mais ousado, ainda alimenta o sonho do Paraná voltar à elite nacional em 2013.
Como vem ocorrendo nos últimos anos, o Paraná possivelmente terá uma grande reformulação no elenco no final do ano. No atual grupo de 36 jogadores, 75% têm o contrato encerrado após a Série B.
Apenas oito atletas possuem vínculo garantindo para o ano que vem: Giancarlo, Cambará, Douglas Packer, Henrique, Luís Carlos, Bruninho, Thiago Rodrigues e Jociel.
As conversas para as renovações de contrato ainda não começaram de forma efetiva. Apenas após a eleição para o setor diretivo do clube, no dia 9 de novembro, é que as tratativas serão formalizadas. Os dois projetos serão apresentados ao novo presidente que vai decidir se vai colocá-los em prática.
A questão financeira é a principal dificuldade do clube para montar um grupo competitivo. De acordo com um dirigente que pediu para não ser identificado, o Tricolor tem a 5.ª menor folha salarial da Série B, em torno de R$ 350 mil por mês, à frente apenas de Duque de Caxias, Salgueiro, ASA e Icasa. Ainda segundo essa fonte do jornal, para brigar pela vaga na Primeira Divisão seria necessária um time com orçamento próximo a R$ 1 milhão/mês.
Quem irá pagar essa conta é o grande desafio para a próxima diretoria. Conforme um empresário de jogadores ligado ao clube, a instabilidade política e os problemas internos acabaram afastando os "colaboradores" da Vila Capanema. "Quem vai investir num clube que não passa segurança e liquidez nenhuma? É jogar dinheiro fora", revelou, também com a exigência de não ser citado na reportagem.