Dez pontos em quatro jogos no returno deram novamente a liderança da Série B ao Coritiba. Desses, pelo menos sete foram garantidos com gols de três jogadores trazidos pela L.A. Sports. Leonardo, Léo Gago (contratações recentes) e Rafinha (emprestado pelo São Paulo desde o início do ano) vieram reforçar o Coxa por intermédio da empresa.
Se há a alegria pela conquista da primeira posição, há também uma preocupação latente: como evitar que o Coritiba seja usado somente como vitrine dos empresários? "Nós não teremos esse problema porque quem decide tudo sobre o jogador é o Coritiba. Diferentemente do Paraná ou do Avaí, o Coritiba não abre mão disso", garante o vice-presidente do clube, Vílson Ribeiro de Andrade.
Dos times citados, o Paraná manteve parceria com a L.A. Sports e obteve sucesso chegando à Libertadores de 2007. Mas o clube se tornou dependente da empresa até o rompimento entre as partes. O Avaí chegou à Série A com o futebol gerenciado pela parceira. Teve sucesso no primeiro ano e aparentemente está em declínio.
"Se você analisar, no Avaí, o time é da L.A. No Coritiba são dois jogadores apenas", argumenta Andrade, citando os titulares. Na verdade, são mais. Os dois citados, Leonardo e Léo Gago, e também o goleiro Vanderlei, o volante Marcos Paulo e o meia Sandro. Além do meia Rafinha, que teve como ponte a empresa no empréstimo do São Paulo.
"O Coritiba é uma grife, um time de Primeira Divisão. O projeto com a L.A. é importante, mas o time não ocupa essa posição pela L.A.", defende o vice-presidente, argumentando que existe todo um plantel por trás da campanha: "Não seria justo com os demais."
Do elenco coritibano, 12 jogadores são emprestados e podem deixar o clube no fim do ano: Tcheco, Ângelo, Fabinho, Betinho, Bill, Dudu, Triguinho, Enrico, Marcos Aurélio, Rafinha, Léo Gago e Leonardo.
Cada qual tem uma situação. Dudu, deve voltar ao Cruzeiro, mas o clube entende que o benefício técnico trazido pelo jogador paga o uso da vitrine. Rafinha deve romper com o São Paulo e ficar. Marcos Aurélio que pode voltar ao time contra o ASA, sábado, no Couto e Tcheco são prioridades.
Mas a gestão dos contratos passa pela necessidade da volta à elite. "É uma montagem que a gente fez para a Série B. O Coritiba subindo vai ter mudanças. Vamos fazer avaliações. A permanência do Tcheco, por exemplo, é importantíssima. E vamos agregar valores", projeta Vílson. Considerando prematura a preocupação, o dirigente ainda faz questão de ressaltar: "O Coritiba não é um time de aluguel."
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