Logística
A natação virou o carro-chefe do Clube Esportivo dos Deficientes por motivos logísticos. Diante das limitações físicas de alguns, é possível treinar os 15 atletas do grupo ao mesmo tempo. "Há atletas com deficiência física e visual, mas o treinamento é praticamente igual, apenas com particularidades da prova. No atletismo, precisamos ter mais pessoal ao mesmo tempo, amarrando e soltando os atletas da cadeira de rodas", contou o coordenador do projeto Rui Menslin.
As oito medalhas conquistadas na Etapa Nacional do Circuito Caixa, em Fortaleza, no começo do mês, sendo sete pratas e um bronze, confirmaram que a nova geração de nadadores do Clube Esportivo dos Deficientes (Cede) está crescendo e em breve poderá assegurar avanços maiores nas piscinas. Dos seis atletas que ganharam medalhas na competição, cinco têm entre 14 e 18 anos, indício forte de que o futuro da natação paralímpica paranaense está nas piscinas da PUCPR, universidade parceira da equipe cedendo profissionais, tecnologia e estrutura.
O Cede tem 30 anos de história, mas os resultados mais consistentes começaram junto com a parceria com a universidade, em 1999. A PUC passou a oferecer a estrutura de seu campus para as três modalidades do clube: o basquete em cadeira de rodas, o atletismo paralímpico e a natação. A coordenação técnica é de Rui Menslin, que é professor da universidade. Alunos de Educação Física e acadêmicos da disciplina de Psicologia Clínica estagiam no programa, que engloba vários projetos de pesquisa.
No passado, o Cede levou atletas para Jogos Paralímpicos. Um deles, Moisés Batista, que foi a Atenas-2004 e Pequim-2008, assumiu a presidência do clube. Batista, de 35 anos, ainda disputa algumas competições nas piscinas, mas tem como novo foco atlético o rúgbi em cadeira de rodas. Como dirigente, tem a função de guiar e representar a equipe.
"Realmente temos um grupo que estamos trabalhando para 2016 com reais chances de estar entre os melhores com pelo menos quatro atletas, três femininos e um masculino. Este é o maior legado que um atleta campeão pode deixar: a oportunidade de prática e referência", explicou Moisés Batista.
Da nova geração, o grande destaque em Fortaleza foi Jessica Domingos, que nada entre as categorias S8 e SB8 as categorias são de acordo com o grau de limitação física: 1 (mais limitado) a 10 (menos limitado). Aos 18 anos, conquistou duas pratas e um bronze. A última medalha veio em uma prova em que outra nadadora do clube, Erica Rodrigues, também de 18 anos, foi a medalhista de prata, os 100 metros peito SB8.
Os outros jovens do Cede a medalhar em Fortaleza foram Eric Tavares, 16, Luiz Felipe de Souza, 18, e a adolescente Tisbie Andrade, de apenas 14. Esta última conquistou a prata nacional nos 50 metros costas na categoria S5 em seu primeiro ano de natação e é avaliada como de "evolução impressionante" pelo coordenador Rui Menslin.
"Temos uma moçadinha nova com bons resultados para a idade. Ainda não podemos cobrar tantos resultados de todos, pois tem um ditado que a maçã não pode ser colhida antes da hora. Porém, os primeiros resultados têm sido impressionantes. Muitos atletas ainda não começaram a fazer a dobra, que é treinar em mais de um período, o que significa que podem evoluir muito", explicou Rui Menslin.
A fórmula de ter uma universidade parceira do paradesporto não é nova e se repete pelo mundo. "Desde os meus primeiros eventos internacionais percebi que os países mais desenvolvidos não têm muito investimento financeiro, mas sim tecnologia à disposição. Por isso a importância de ter uma grande parceira como essa", disse Moisés Batista.
Vai piorar antes de melhorar: reforma complica sistema de impostos nos primeiros anos
“Estarrecedor”, afirma ONG anticorrupção sobre Gilmar Mendes em entrega de rodovia
Ação sobre documentos falsos dados a indígenas é engavetada e suspeitos invadem terras
Nova York e outros estados virando território canadense? Propostas de secessão expõem divisão nos EUA
Deixe sua opinião