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Rio (AG) – Para a seleção de futebol que busca o hexa na Copa da Alemanha, ano que vem, exemplos vindos das quadras sobre superação, espírito coletivo e capacidade de transformar o favoritismo em títulos. Para a seleção de vôlei que acaba de conquistar a Copa dos Campeões, no Japão, e tem como meta o bicampeonato mundial, no Japão, em 2006, e o tri olímpico em Pequim, em 2008, lições dos gramados sobre como lidar com pressões, cifras e vaidades infinitamente maiores. Comandantes de duas das equipes mais vitoriosas do esporte mundial, Carlos Alberto Parreira e Bernardinho deram uma aula sobre alto rendimento e obsessão pela vitória na abertura do II Fórum Internacional de Futebol (Footecon), ontem, no Rio de Janeiro.

"No Brasil, fala-se muito sobre o talento. Mas, se existe talento, por que a seleção de futebol ficou 24 anos sem ganhar uma Copa? Porque não é só talento. É preciso fazer com que os talentos estejam dispostos a trabalhar coletivamente em alta performance, num ambiente em que a pressão e a visibilidade são enormes", disse Bernardinho.

Os dois deram entrevista juntos logo após a palestra do técnico da seleção masculina de vôlei e Parreira garantiu que pretende usar a trajetória vitoriosa da equipe de Bernardinho, que conquistou 14 dos 16 títulos disputados, para motivar os craques consagrados do Brasil.

"Meu maior desafio é fazer craques atuarem em equipe. Essa escala de valores que o Bernardinho usa no vôlei é aplicada ao futebol. Ele sabe tirar o melhor de seus comandados. No esporte, o limite é não ter limites. Obsessão pela vitória sempre", afirmou Parreira.

Acompanhado atentamente por cerca de 200 ex-jogadores, técnicos, profissionais do futebol e professores de educação física, Bernardinho arrancou aplausos ao fim de sua palestra, sob o tema: "Talento em alta performance".

"A diferença entre o bom e o superjogador é que o bom até consegue fazer alguma diferença em campo, mas o super sabe usar o talento para fazer com que todos a seu redor joguem melhor. O Michael Jordan costumava dizer: posso até ganhar uma partida sozinho, mas nunca um campeonato", disse.

A rotina exaustiva de treinos que a cada conquista eram marcados para mais cedo, como forma de evitar acomodação, é apontada pelo técnico como diferencial na hora decisiva.

"Na Holanda, chegamos a treinar no estacionamento de um hotel porque era feriado. E até em aeroporto já fizemos trabalho para não perder um dia. Os jogadores reclamam, ficam uma semana sem falar comigo, mas depois entendem que só assim é possível manter a excelência. Nada substitui o treinamento. Dizem que sou viciado nele. Mas é nele que se desenvolvem as capacidades. Cada dia sem treinar é um a mais para alcançar o sonho", afirmou.

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