Weggis, Suíça As frases de Pelé não passam impunes tampouco agradam. Ontem foi a vez de Carlos Alberto Parreira se mostrar incomodado com algumas declarações do Rei. O técnico da seleção usou de ironia para explicar as teorias do ex-camisa 10 publicadas no jornal britânico The Times.
De acordo com o atleta do século, a equipe nacional de 1970 venceria a atual que é "forte na defesa", surpreendeu ele. O craque do passado também considerou Ronaldo, em forma, com alguma possibilidade de entrar no time tricampeão, assim como Ronaldinho Gaúcho, Kaká e, talvez, Emerson.
Ao ser questionado sobre tal paralelo, o treinador novamente arredio durante a entrevista coletiva soltou em tom debochado.
"Eu já falei em outras ocasiões que acho muito difícil fazer essas transposições no tempo. Fico feliz que o Pelé consiga fazer tais comparações. Eu não consigo", disse.
Irritação constante
A alfinetada no maior nome do futebol mundial foi apenas um dos momentos de irritação externados pelo atual comandante. Quando perguntado sobre o porquê da convocação de Mineiro, não deu justificativa alguma. Ao ser questionado em relação à polêmica ida de alguns jogadores a uma boate durante a noite livre de terça-feira, chegou a dizer que isso não interessava a ninguém.
Ele foi muitas vezes reticente. Instigado, por exemplo, a falar da Nova Zelândia (adversária de domingo no último teste antes da estréia no Mundial), disse: "Não estou preocupado com eles, mas sim com o nosso time."
As declarações de Pelé diante de um Parreira sem muita paciência têm tudo para aumentar o histórico de confusões dele com a equipe nacional. Em 2002, após amistoso em Portugal, o Rei não colocou o Brasil entre os possíveis favoritos ao título. O prognóstico ficou entalado na garganta de muitos atletas. Na entrega da taça Fifa, em Yokohama, muitos torceram o nariz ao serem cumprimentados pelo então desafeto.
Às vésperas da Copa 2006, Edson Arantes do Nascimento vem perambulando pelo planeta e também propagando seu medo de ver novamente o "favorito cair" uma tradição no torneio promovido pela Fifa. Tal teoria já foi rechaçada pelo atual técnico.
"É hora de quebrar esse paradigma", desdenhou Parreira.
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