Leipzig, Alemanha (Das agências) Não há como disfarçar. A preocupação maior do Brasil após a definição dos adversários da primeira fase Croácia, Austrália e Japão, nesta ordem é com o seu adversário nas oitavas-de-final da Copa do Mundo da Alemanha.
"A Itália é uma tricampeã do mundo. Só por isso já merece respeito. É um time que cresceu muito com a chegada do Marcello Lippi (técnico). Já a República Tcheca fez uma excelente Eurocopa, indo à semifinal, e é a segunda hoje no ranking da Fifa. São duas baitas equipes. É um cruzamento complicado", já analisa o técnico do Brasil, Carlos Alberto Parreira.
Qualquer um desses dois fortes times do Grupo E que enfrentar o Brasil seria o adversário mais duro da seleção em oitavas-de-final desde a Copa de 1990, quando pegou a Argentina nas últimas três, o Brasil pegou EUA, Chile e Bélgica na estréia do mata-mata.
Do lado de lá, o assunto também já é esse. "Pode acontecer sim (Brasil x Itália nas oitavas). É só ficarmos em segundo lugar", disse Lippi, dando como barbada a seleção brasileira no Grupo F. O único outro duelo possível de campeões mundiais nas oitavas seria Alemanha x Inglaterra.
"Se não nos concentrarmos no nosso grupo, podemos ser surpreendidos. Não podemos achar que vamos ganhar com facilidade", disse Parreira.
A preocupação brasileira, entretanto, não se restringe às oitavas. Os pentacampeões mundiais correm o risco de enfrentar um campeão mundial a cada fase. Nas quartas, o adversário pode ser a França, cabeça-de-chave do grupo G. Assim como em 2002, os "Bleus" não tiveram renovação em qualidade suficiente e seguem a depender de Zinedine Zidane. Para encontrar o Brasil nas quartas, os franceses teriam que ficar em segundo lugar na chave e passar pelo líder do grupo H nas oitavas.
Do outro lado da primeira fase, o adversário da semifinal pode vir do clássico Inglaterra x Argentina nas quartas-de-final. Um segundo lugar no seu novo "grupo da morte" - formado também por Holanda, Sérvia e Montenegro e Costa do Marfim - colocaria a Argentina na rota dos rivais ingleses nas quartas.
Já o "English Team", que conta com uma das melhores gerações de sua história, enfrentaria os argentinos nas quartas desde que fossem líderes de uma chave que tem Paraguai, Trinidad e Tobago e Suécia e superassem nas oitavas-de-final o segundo colocado do grupo A, o da Alemanha.
Deixada para trás as dificuldades seguidas no mata-mata, o Brasil, enfim, poderia fazer o que o Comitê Organizador da Copa e a Fifa (Federação Internacional de Futebol Association) deixaram claro que anseiam: duelar pelo título contra a anfitriã Alemanha.