Precisar, não precisa. Mas o meia Netinho quer fazer do clássico frente ao Paraná um jogo para "limpar a barra" de vez com a torcida atleticana. O cenário deste domingo não poderia ser mais ideal. Cinco meses após ser expulso contra o mesmo Tricolor na eliminação no Campeonato Paranaense, o jogador vive seu melhor momento no clube.
Na vitória ante o Palmeiras (2 a 1), Netinho foi decisivo. Na etapa inicial, marcou o primeiro gol em uma cobrança de falta perfeita, sem chance para o goleiro. E quando o placar estava empatado no segundo tempo, o catarinense encontrou Marcelo Ramos dentro da área, que por sua vez serviu Pedro Oldoni para anotar o gol da vitória.
Atuação convincente para deixar no esquecimento o fatídico confronto do Estadual, no dia 22 de abril. "Eu procuro não lembrar nada daquela partida. Com a minha expulsão tive uma parcela da culpa da eliminação", afirma Netinho.
Improvisado na lateral-esquerda pelo treinador Oswaldo Alvarez, ele acabou cometendo duas faltas para cartão amarelo e complicou as coisas para o Atlético. Foi expulso no primeiro tempo por Héber Roberto Lopes.
Agora, atuando em sua real posição e cheio de moral com o técnico Ney Franco, ele quer seguir como titular, barrando o experiente Ramón que está fora da equipe por contusão. "O Ramón veio para nos ajudar, infelizmente machucou. Eu tenho que mostrar muita coisa ainda, fiz apenas uma boa partida contra o Palmeiras. Não adianta eu viver de passado", afirma o atleta de 23 anos.
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E além do bom futebol, Netinho tem outro trunfo para o clássico de hoje à noite. Nas arquibancadas, como aconteceu na última partida, estará o pai Manoel. "A vitória do último domingo foi o primeiro jogo que ele me viu na Baixada. E como foi pé quente tem que continuar. Espero ir bem mais uma vez", aponta.
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O zagueiro Nem, um dos heróis do título brasileiro conquistado pelo Atlético em 2001, voltará hoje a pisar no gramado da Arena. Mas ele não veste mais rubro-negro. Sob o manto tricolor, tentará ajudar a calar o estádio que já gritou o seu nome. "Quero ganhar de qualquer jeito. Só isso", diz.
A trajetória que transformou um ídolo em rival foi marcada pela volta do zagueiro ao futebol brasileiro, há pouco mais de três meses. Na ocasião, o presidente do Atlético, João Augusto Fleury, chegou a dizer o jogador teria se oferecido para voltar ao Furacão.
Vindo do Braga, de Portugal, onde jogou por três temporadas, o zagueiro pernambucano acabou acertando com o Paraná e rechaçou com veemência as afirmações do cartola do time da Baixada. "Nunca me ofereci para eles. E se fosse me oferecer, não ia ser para nenhum bobo da corte. Iria falar diretamente com o rei", revelou, em tom sarcástico.
A partida deste fim de tarde será a segunda do zagueiro de 34 anos contra o Atlético na Arena. A primeira foi em 2003, quando, um ano após deixar o Rubro-Negro, Nem vestiu camisa do Atlético Mineiro. O jogo terminou empatado em um gol.
Além da troca de farpas com o dirigente atleticano, os rubro-negros têm outro motivo para ter o ex-ídolo na garganta. Enquanto todos os jogadores tricolores tentam contemporizar ao dizer que não há um gosto especial em vencer a partida de hoje, que clássico é um jogo normal porque não vale mais do que os três pontos de praxe, Nem coloca lenha na fogueira. "Este é o jogo mais importante para nós. Se ganharmos, vamos com moral para cima do Fluminense, em casa. Pode ser o início para a série de resultados que estamos esperando", disse.
A volta do zagueiro é tida como um trunfo no lado paranista. Ele é um dos pilares da defesa, setor que mais tem preocupado o técnico Lori Sandri. O Tricolor tomou 13 gols nas últimas 4 partidas. Junto com ele, devem retornar a campo hoje o goleiro Flávio e os zagueiros Neguete e Luiz Henrique, todos recuperados de lesões.
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