Em obras
O cronograma está indefinido na maioria das praças esportivas.
La Plata - (53 mil lugares) Seria inaugurado dia 19 de dezembro, mas teve a reabertura adiada porque o vento e a chuva impediram a colocação da membrana que vai cobrir o estádio. Ficou para janeiro, ainda sem data definida.
Córdoba - (55 mil) A primeira etapa das obras está em andamento e tem conclusão prevista para abril de 2011. A licitação para a segunda etapa da reforma, que abrange as cabeceiras do estádio, foi feita só neste mês.
San Juan - (25 mil) O único estádio totalmente novo na Copa América. Deveria ser inaugurado em maio deste ano, mas houve mudanças no projeto original. A conclusão da obra é prevista para fevereiro.
Santa Fe - (37 mil) A obra é bancada totalmente pelo clube proprietário, o Colón. Atualmente, os trabalhos estão concentrados na entrada do estádio, mas também estão sendo construídos novos camarotes. Não há previsão oficial de conclusão.
Mendoza - (40 mil) A licitação para as obras só foi aberta em dezembro. Enquanto não se souber a empresa vencedora, não há como prever quando o estádio estará pronto.
Salta - (20 mil) Inaugurado em 2001, o estádio passa por reformas de pequeno impacto, principalmente na iluminação e no acesso.
Jujuy - (30 mil) Segundo o comitê organizador da Copa América, é o estádio mais atrasado no ritmo das obras. A reabertura está prevista para maio do ano que vem.
Buenos Aires - (68 mil) O Estádio Monumental de Nuñez receberá apenas a decisão do título e não passará por reforma alguma antes da Copa América.
Buenos Aires - Obras de infraestrutura, reformas em estádios, investimentos públicos e privados no futebol. Estes não são temas da ordem do dia exclusivamente no Brasil, que vive a expectativa de abrigar a Copa do Mundo de 2014. Nossos vizinhos argentinos também precisam se preparar para receber uma competição importante. Em julho do ano que vem, o país será palco da Copa América, que reunirá dez seleções sul-americanas e duas convidadas filiadas a outras confederações: México (América Central) e Japão (Ásia). Mas, a pouco menos de sete meses do início do torneio, nenhum estádio (à exceção do Monumental de Nuñez, que receberá apenas a final) está pronto. Há casos de obras cujas licitações foram abertas apenas há poucos dias e de outras que tiveram o andamento prejudicado por outras questões, até mesmo meteorológicas.
O principal atrativo argentino para a Copa América está em La Plata, a 57 quilômetros de Buenos Aires. O Estádio Ciudad de La Plata, que está fechado desde julho de 2009, recebe obras para torná-lo o mais moderno da América do Sul, com um custo total estimado em US$ 100 milhões.
A empresa americana BirdAir, que já cobriu 31 estádios em todo o planeta (três deles usados na última Copa do Mundo), trabalha para deixar o Ciudad de La Plata 70% coberto. A inauguração, que estava prevista para 19 de dezembro, acabou adiada para janeiro. Segundo a agência administradora do estádio, a força da chuva e do vento nos últimos dois meses tornou inseguro o trabalho de colocação da membrana na cobertura.
Aliás, a demora na conclusão do Ciudad de La Plata não é de hoje. Ele deveria ter sido coberto desde a abertura oficial, em 2003. Mas o material para a cobertura, todo importado, ficou retido na alfândega argentina em circunstâncias que nunca foram bem esclarecidas. O estádio acabou inaugurado pela metade.
Anos mais tarde, o governo da província de Buenos Aires resolveu continuar a obra. O material, porém, já estava deteriorado. As colunas e cabos de aço passaram por testes no exterior e o que não podia mais ser aproveitado precisou ser comprado outra vez. E assim a conclusão do estádio foi sendo adiada cada vez mais.
Apesar de tanta demora, a expectativa é que o Ciudad de La Plata passe a ser protagonista não só do futebol argentino, como dos grandes shows internacionais do país. Antes de receber a Copa América, o estádio vai ser palco das duas apresentações da turnê do U2 na Argentina, em março.
A outra obra de grande porte para a Copa América está sendo realizada em San Juan, na região próxima à Cordilheira dos Andes. A cidade receberá o único estádio totalmente novo da competição. O Bicentenário terá 25 mil lugares e, numa segunda etapa, vai fazer parte de um grande complexo esportivo com campos auxiliares de futebol e outras modalidades.
Quando as obras começaram em fevereiro de 2009, a previsão era de que o estádio justificasse o nome e fosse entregue em 25 de maio desse ano, quando a nação argentina completou 200 anos. Entretanto, a construtora responsável pela obra fez mudanças no projeto original e os operários seguem trabalhando. A previsão atual de conclusão dos trabalhos é para fevereiro de 2011. O orçamento total é de 86 milhões de pesos argentinos (mais de R$ 38 milhões) e é bancado pelo governo da província de San Juan.
Em meio aos estádios novos ou seminovos, a Copa América também "herdará" duas grandes praças esportivas da Copa do Mundo de 78: o Estádio Olímpico de Córdoba (recentemente rebatizado como Estádio Mário Kempes) e o Malvinas Argentinas, em Mendoza. Além do fato de terem recebido partidas do primeiro Mundial vencido pelos hermanos, eles têm outro ponto em comum: a demora na remodelação para o torneio continental do ano que vem. As duas cidades tiveram obras licitadas somente há poucos dias.
Licitação
Em Córdoba, foi aberta a licitação para a segunda etapa das obras, que prevê a reconstrução das arquibancadas atrás dos gols. A primeira etapa, que envolve a construção de uma nova bandeja de arquibancadas, está em andamento e deverá ser concluída em abril. Em Mendoza, a situação é pior. Nenhum trabalho começou e ainda há um agravante: o principal clube da cidade, o Godoy Cruz, está classificado para a Libertadores-2011.
A maior parte das obras deverá ser realizada sem o fechamento do estádio. "O Godoy Cruz poderá seguir jogando, já que as obras não vão atingir o campo de jogo", disse o ministro de infraestrutura da província de Mendoza, Francisco Pérez, a um jornal local há poucos dias.
Dinheiro Público
Em outras duas cidades, o poder público está ajudando, apesar de os estádios serem particulares. Em Jujuy, na região Norte do país, o estádio pertence ao Gimnasia y Esgrima local, mas as obras têm os custos divididos entre o clube e o governo da província de Jujuy. O andamento dos trabalhos está tão lento que não convence nem ao comitê organizador da Copa América. Em uma visita recente ao Estádio 23 de Agosto, o presidente do comitê, José Luis Meiszner, cobrou os responsáveis pela obra. "Não posso ficar com a imagem que vi hoje: das obras, dos operários ainda trabalhando, da desordem. Preciso contar com o compromisso de que o que vejo na maquete será concluído em tempo. Jujuy é um desafio enorme porque se trata de colocar o reciclado de um estádio em condições de receber um evento do porte da Copa América", disse em coletiva de imprensa.
Em Santa Fe, a divisão ficou mais clara. O Estádio Estanislao López tem sua reforma bancada pelo clube a quem pertence, o Colón. Já a província de Santa Fe anunciou investimentos de 15 milhões de pesos (quase R$ 7 milhões) em obras de infraestrutura, segurança e melhoria de condições sanitárias. Em Salta, o Estádio Padre Ernesto Martearena, construído para o Mundial Sub-20 de 2001, passa por reformas de pequeno impacto e não deverá representar um impasse tão grande quanto os outros.
O ritmo lento na entrega dos estádios é o preço que a Argentina paga por apostar na Copa América como o recurso para fazer algo que nem o campeonato nacional consegue: interiorizar o futebol no país. Dos 26 jogos da competição, a capital Buenos Aires vai receber apenas a decisão do título, no estádio do River Plate.
Das outras sete cidades-sede, quatro sequer têm um time na primeira divisão argentina. Os problemas do país são assumidos pelo próprio presidente do comitê organizador. Em novembro deste ano, José Luís Meiszner, que também é secretário da presidência da Associação de Futebol Argentino, disse à agência de notícias EFE que o país não tem uma infraestrutura esportiva competitiva para receber o torneio. "Esta não é uma exclusividade da Argentina, mas uma característica geral dos países sul-americanos", declarou na ocasião.
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