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O único tricampeão mundial de rodeio é brasileiro. Montar no lombo de um touro é a especialidade de Adriano Moraes, que ganhou espaço até no Guinness Book, o livro dos recordes, pela conquista dessa marca histórica. Para ganhar esses títulos, entretanto, esse peão de 37 anos foi obrigado a deixar a pequena Quintana, no interior paulista, e se arriscar nas arenas dos Estados Unidos onde, segundo ele, o rodeio é o esporte que mais cresce em número de praticantes e espectadores.

- Nos Estados Unidos a montaria em touros é o esporte que mais cresce e já tem o mesmo ibope que a NBA e o beisebol, porque é extremamente popular. O que me incomoda no Brasil é que o rodeio é o segundo maior esporte no país em público ao vivo e as pessoas insistem em não dar valor - resmunga Adriano.

Se no Brasil Adriano é um famoso desconhecido, nos Estados Unidos é visto como um fenômeno. Para ele não foi nada difícil viver do rodeio porque montar era sua brincadeira de infância mais comum, já que nasceu dentro de uma fazenda. Considerado pelos maiores veículos da imprensa internacional como o peão mais técnico da atualidade, Adriano também faz sucesso lá fora pela aparência, o que lhe rendeu o apelido de "galã de Hollywood". O brasileiro é o único da modalidade a ser homenageado com uma estátua de bronze de quatro metros, destaque nos jardins do Hotel Caesar Palace, na meca mundial do rodeio, Las Vegas.

A história de sucesso do peão de Quintana vai agora virar livro. "Adriano Moraes - minha missão é montar", promete contar a biografia do tricampeão.

- É uma história de vida, que pode servir de exemplo para qualquer pessoa. É possível viver um sonho e ter sucesso pelo seu próprio esforço. Eu saí de uma infância pobre e não precisei ganhar na loto - brinca.

As marcas do rodeio estão em toda parte do corpo de Adriano porque, afinal de contas, o tombo faz parte da rotina de qualquer peão.

- Já passei por nove cirurgias, quebrei 25 ossos e tenho até reconstrução facial. Sou cheio de implantes, no corpo todo - conta.

O peão vive há mais de 15 anos nos Estados Unidos e ainda mantém o sotaque caipira. Certas coisas não mudam com o tempo, nem mesmo o prato favorito de Adriano.

- Arroz, feijão, bife e ovo frito. Pena que eu não posso comer muito, senão já viu... eu engordo e aí complica - explica.

Em busca do quarto título, Adriano acaba de conquistar mais uma etapa da PBR (Professional Bulls Riders), em Oklahoma. O brasileiro agora é oitavo no ranking de pontos, com a soma de 4.492,75.

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