Mano Menezes orienta o atacante Neymar: treinador quer o restante dos jogadorem dêem mais passes para o craque do Santos, principal nome da seleção brasileira na Copa América da Argentina| Foto: Fotos: Hedeson Alves, enviado especial/ Gazeta do Povo

Copa 2014

Fifa volta a criticar o país

Ontem, no Fórum Mundial de Futebol, em Moscou, na Rússia, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, voltou a criticar a organização da Copa do Mundo de 2014. Segundo ele, há três anos do evento, "não há estádios e nem aeroportos". "Para o Brasil, o mais importante não é organizar, mas sim vencer a Copa de 2014", disse.

Em Los Cardales, local de concentração da seleção brasileira para a Copa América, o assessor de comunicação da CBF e do Comitê Organizador Local (COL), Rodrigo Paiva, tratou de minimizar as declarações. De acordo com ele, o dirigente não teria motivos para se preocupar com atrasos por estar bem informado quanto ao andamento das obras: "Ele está sempre em contato com o COL e sabe como anda o cronograma".

Paiva disse que a maioria dos estádios está com "sinal verde". O grande problema admitido pelo COL continua sendo São Paulo. Sobre os aeroportos, ele repassou a questão ao governo federal: "Não é o COL que responde por isso". (NF)

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Roubando a cena -As atenções estavam voltadas para Neymar ontem, no primeiro treino do jogador pela seleção brasileira após a conquista da Libertadores com o Santos dois dias antes. Até um cachorro roubar a cena. O dócil vira-lata – com traços de pastor alemão –, que já circula há alguns dias pelo local, fez o aquecimento correndo ao lado dos três goleiros da seleção (na foto com o titular Júlio César) de um lado para o outro da área. Depois saiu em disparada para o outro lado do campo, onde os demais jogadores se alongavam, dando um olé no segurança que o perseguia. No fim, virou até personagem de matéria da Rede Globo
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Los Cardales - A seleção brasileira fez ontem à tarde o primeiro treino com o grupo completo na preparação para a Copa América. Mano Menezes passou da posição de observador – nos três primeiros dias deixou os trabalhos sob o comando do preparador físico Carlinhos Neves e do auxiliar Sidnei Lobo – para a ação. E não aliviou.

Qualquer erro era imediatamente cobrado pelo treinador na atividade em espaço reduzido, acompanhada de perto pela equipe da Gazeta do Povo, que se posicionou em um local privilegiado ao lado do campo do Sofitel Cardales.

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Nem bem a bola havia começado a rolar, o meia Elias, do Atlético de Madrid, tomou a primeira chamada de atenção do chefe, com quem trabalhou no Corinthians: "O que eu acabei de falar, Elias? Tá curto de novo [o espaço]!", reclamou Mano, que pouco tempo an­­tes havia falado para os jogadores não se embolarem.

A intenção do treino com o campo curto era justamente criar dificuldades para os 22 jogadores. Os times foram mesclados, frustrando quem esperava um esboço da escalação titular.

Quem mais sofreu foi o lateral-esquerdo André Santos, outro que trabalhou com Mano no Co­­rin­­thians, atualmente no Fener­­bahçe, da Turquia. "Ô André, vai fazer uma virada [de jogo] daí, que o risco é grande? Começa de no­­vo...", disse o técnico ao ver o jogador errar uma inversão.

Pouco tempo depois, quando Neymar se deslocou para o meio e o lateral não tocou, o treinador parou novamente para orientá-lo. "André, por que não botou a bola nele? Foi por dentro, tem de ser a bola nele", falou, com gestos. Só restou a André Santos se desculpar com um "Foi mal, Ney."

Discretos, Neymar, Ganso e Elano foram liberados na metade do treino – vinham do jogo que valeu o título da Libertadores ao Santos na quarta-feira e a viagem para a Argentina no dia seguinte.

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Outro que recebeu atenção especial foi o jovem meia-atacante são-paulino Lucas. "Não sai correndo com a bola, não, Lucas", orientou Mano em uma das vezes. "Tá muito mole esse passe, Luquinhas. Vamos!", subiu o tom em outra.

A principal preocupação foi com os passes atravessados. Tanto que quando algum jogador ameaçava fazer isso e mudava de ideia, ganhava elogios. "Isso! Não precisa virar, não. Tá três contra dois? Joga aí mesmo", aprovava Mano. Com tantas repetições, se alguém entregar um gol desta forma na Copa América só não vai poder dizer que não foi avisado.