A demanda por ingressos para os jogos da Copa do Mundo de 2006 segue superando amplamente a oferta, o que deve fazer com que muitos torcedores fiquem sem poder entrar nos estádios.
Na terceira fase de venda, que terminou às 24h de domingo, foram 677.900 pedidos para 6 milhões de entradas - e foram disponibilizados apenas 250.000 ingressos neste período.
Segundo o vice-presidente do comitê organizador, Horst Schmidt, os jogos de maior interesse são a partida de abertura, entre Alemanha e Costa Rica, a final e alguns jogos da primeira fase, como Brasil x Austrália, Argentina x Holanda e Alemanha x Polônia.
Outros jogos como Ucrânia x Tunísia, que acontece em Berlim no dia 23 de junho e Irã-Angola, marcado para 21 de junho em Leipzig, despertaram menos interesse - o que aumenta a chance de os torcedores que tiverem feito pedidos para essas partidas conseguirem seus ingressos.
Em relação às duas primeiras fases de venda - em que a oferta também superou amplamente a demanda - foi registrado um aumento do interesse do exterior, e apenas pouco mais de 52% das solicitações vinham da Alemanha. Do total dos pedidos, 89% seguem vindo da Europa.
Em 31 de janeiro acontecerá um sorteio para distribuir os ingressos, e no início de fevereiro os escolhidos serão avisados.
O método de venda de entradas foi muito polêmico por diversos motivos. O primeiro deles é que as entradas foram personalizadas, o que dificulta sua aquisição como presente ou para outra pessoa, caso quem a adquiriu não possa assistir à partida.
Além disso, a decisão de realizar todo o processo pela internet foi visto por alguns torcedores como uma discriminação com aqueles que não têm contato permanente com as novas tecnologias.
Um caso à parte foi o das chamadas "entradas opcionais", em que os torcedores podiam adquirir a opção de comprar um ingresso caso que este fosse devolvido por alguma federação.
O Escritório de Defesa do Consumidor criticou essas entradas opcionais, porque com elas o torcedor se comprometia a adquirir uma entrada caso que esta estivesse disponível, enquanto a Fifa e o comitê organizador não assumiam compromisso algum.
Além disso, foi criticado o fato de os torcedores terem que custear despesas administrativas da operação sem saber se acabariam bem-sucedidos.
O caso quase resultou num processo judicial, mas acabou se saldando com um compromisso entre o Escritório de Proteção ao Consumidor e o Comitê Organizador.
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