A geração de garotos talentosos formados pelo Santos em 2002 não foi importante apenas para levantar o moral dos santistas, que andavam cabisbaixos com os longos 18 anos sem títulos. A garotada garantiu também tempos de fartura para o clube alvinegro, que vivia atolado em dívidas. Com as negociações de Elano, Alex, Diego e Robinho , o clube arrecadou R$ 118,9 milhões, segundo levantamento feito pelo GloboEsporte.com.
Antes da conquista do Brasileirão de 2002, o clube devia cerca de R$ 60 milhões, dos quais R$ 20 milhões apenas para o presidente Marcelo Teixeira. Ou seja, hoje o clube acumula um lucro quase duas vezes maior que a dívida de três anos atrás. Elano, Alex e Diego deixaram o clube em 2004. Robinho está saindo agora.
O clube não lucrou nada com as saídas de Renato, Léo, André Luís e Paulo Almeida porque todos deixaram o clube nos finais de seus contratos, caso contrário, o montante arrecadado teria sido muito maior.
A negociação de Robinho é um caso à parte. Astro maior da constelação alvinegra, o craque rendeu mais que todos os seus companheiros juntos. O camisa 7 foi vendido por R$ 72,7 milhões (US$ 30 milhões na cotação desta terça-feira). Juntos, Diego, Elano e Alex significaram R$ 46,2 milhões a mais nos cofres alvinegros.
Aliás, só com a venda do craque das pedaladas para o Real Madrid, o Peixe arrecadou mais do que todo o lucro acumulado em 2004. No ano passado, entraram nos cofres alvinegros R$ 69,5 milhões, de acordo com o balanço oficial divulgado pela diretoria alvinegra. Nesse montante, estão incluídos cotas de televisão, patrocínios, além, claro, das vendas de jogadores.
Com a montanha de dinheiro arrecadada com a aposta na garotada, o Peixe já está concluindo a construção de um hotel dentro do CT Rei Pelé, que servirá de concentração para o elenco profissional. A Vila Belmiro também passa por reformas. Estão sendo erguidos novos camarotes e ainda há o projeto de ampliação do estádio, de 20 mil para 40 mil espectadores.
O clube também irá tirar do papel um centro de treinamentos destinado apenas para as categorias de base. Mas o que a torcida quer mesmo são contratações de peso para compensar a saída de seus ídolos.
No entanto, o presidente Marcelo Teixeira avisa que não haverá grandes investimentos na reposição de peças. Por isso, apesar dos apelos do técnico Alexandre Gallo, o clube não trará nomes de grande impacto e que custem muito. A aposta na base vai continuar sendo política prioritária no clube.
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