Um jogo eletrizante, tenso, com o Santos pressionando muito, perdendo gols incríveis (desperdiçando até pênalti), mas vencendo o Vitória por 2 a 0, nesta quarta-feira à noite, na Vila Belmiro, primeira partida da final da Copa do Brasil. O time baiano poderia ter dado adeus já nessa primeira partida, tamanha a superioridade santista, mas tem de agradecer o fato de os alvinegros não estarem com a pontaria em dia. E também ao goleiro Lee, que pegou um pênalti e fez incríveis nos minutos finais.
O jogo de volta será na próxima quarta-feira, no Barradão, em Salvador. Agora, o Peixe conquista o título mesmo perdendo por 1 a 0. O Vitória precisa vencer por três gols de diferença.
Peixe pressiona, mas faz apenas um
A pressão imposta pelo Santos desde o momento em que o árbitro Leonardo Gaciba apitou o início do jogo foi tão intensa que o Vitória aguentou apenas 14 minutos. A proposta de jogo do Peixe era sufocar o adversário, marcando as saídas de bola, não deixando o Leão respirar. Aos 11 minutos, Ganso cobrou uma falta de canhota e acertou o pé direito da trave defendida por Lee. Aos 14, não deu para o time baiano segurar: Pará cruzou da direita, André não alcançou e a Neymar apareceu para marcar, de barriga, seu 11º gol na Copa do Brasil. Ele é o artilheiro da competição.
O Vitória tentava tocar a bola para controlar o ímpeto do Santos, mas a marcação santista era forte e esses passes eram interceptados. Quando conseguiu acertar a troca de bolas, o Leão se aproximou da área e até teve algumas faltas laterais para cobrar. Esse tipo de jogada foi treinada durante a semana, mas, pelo menos no primeiro tempo, os batedores falharam e não conseguiram ameaçar Rafael.
Com a equipe visitante saindo mais, o Santos teve espaços para o contra-ataque: sua maior arma. No entanto, os atacantes falharam na hora H. Robinho, aos 17, perdeu uma ótima chance, quando Alex Sandro fez jogada individual pela esquerda e cruzou para trás. O camisa 7, de primeira, mandou para fora.
Após essa chance, o Santos diminuiu o seu ritmo e o Vitória passou a ter mais a bola. A entrada do volante Bida no lugar de Rafael Cruz, machucado, melhorou o toque do Vitória. Bida, que passou pelo Peixe, entrou no meio e Neto Coruja passou para a lateral. Mas isso não foi suficiente para que o Leão ameaçasse efetivamente o gol santista.
Aos 38, em novo contra-golpe, o Peixe voltou a perder grande chance. Neymar faz bela jogada individual pela esquerda e cruzou para André. O passe não foi preciso e o camisa 9 teve de voltar para dominar. Na hora do chute, porém, ele tentou colocar, de esquerda. O chute saiu torto e sem direção.
Neymar abusa e perde; Marquinhos alivia
O jogo recomeçou após o intervalo com o Santos numa pressão ainda maior que a do primeiro tempo. Muito mais rápido, melhor posicionado, trocando passes insinuantes, o Peixe acuou o Leão, que ficou preso dentro de sua área sendo bombardeado. Mas todo esse domínio não significou gols. O melhor ataque da Copa do Brasil falhou na hora H. Neymar que o diga.
Logo aos 5, o camisa 11 apareceu livre pela esquerda, mas errou o chute. Aos 7 minutos, Robinho arriscou de fora. Lee espalmou e a bola sobrou para André, que cruzou para Ganso, que entrava livre. O meia, com o gol aberto, mandou para fora. O Peixe também pecava no penúltimo passe, insistindo em chutes quando a melhor opção era o cruzamento.
Aos 27, a chance definitiva. Neymar dança à frente de Wallace e sofre o pênalti. Na batida, o garoto abusou. Tentou dar uma cavadinha à la Loco Abreu e a bola foi mansa, lenta, recuada para o goleiro Lee, que não se mexeu.
A torcida do Santos, enfurecida, passou a vaiar Neymar. Para aumentar ainda mais a irritação dos torcedores, Dorival Júnior tirou Robinho e Ganso do time, para as entradas de Zé Eduardo e Marquinhos, respectivamente. Os santistas não perdoaram e passaram a chamar o treinador de "burro". Ganso, irritado, saiu cabisbaixo e não quis conceder entrevistas.
No entanto, Dorival mostrou ter sorte. Em seu primeiro lance, aos 38 minutos, Marquinhos, que não tinha nada com a revolta da torcida, acertou uma bela cobrança de falta e ampliou o placar. Festa da torcida, que, enfim, comemorou o segundo gol após muito sufoco. O terceiro só não saiu porque Lee fez duas defesas na sequência em chutes de Zé Love.
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