Pelé em campo? Apenas mais uma lenda da Vila

Em 59 anos de história, a Vila também tem algumas lendas. A principal delas diz respeito ao maior jogador de todos os tempos. Apesar de inúmeras oportunidades, Pelé jamais jogou no gramado do Durival Britto – ao contrário do que muitos propagam.

"Ele já jogou aqui. Foi no Robertão de 1967", garante José Santos, com a autoridade de ser o administrador do estádio e funcionário tricolor desde 11/9/58. Na ocasião mencionada, 3/5/67, o Ferroviário enfrentou o Santos em São Paulo. Perdeu por 3 a 0. Não teve jogo contra o Peixe em Curitiba.

Outra versão aponta que o Rei passou pela Vila durante o jogo entre as seleções de São Paulo e Paraná, em 1956. A partida terminou com o placar fechado – e foi um marco para a afirmação do emergente futebol paranaense. Porém, o camisa 10 só viria a assinar o primeiro contrato profissional meses depois – com um salário de 6 mil cruzeiros por mês (na conversão aproximada US$ 15).

Pela terceira versão, coube ao Atlético recepcionar aquele que viria a ser o Atleta do Século. O fato ocorreu em 8/9/68, também pelo Roberto Gomes Pedrosa. O Furacão venceu a máquina santista por 3 a 2. A acanhada Vila recebeu o impressionante público de 24.303 pessoas. Uma festa jamais vista no estádio. Tudo perfeito, menos a presença de Pelé, poupado por decisão diretiva. O time praiano estudava disputar dois amistosos nos Estados Unidos por US$ 50 mil cada.

Não poderia faltar uma história quase lendária para reforçar a passagem do Rei pelo estádio. "Dizem os mais antigos, não posso afirmar, que o Pelé chegou a fazer um teste para jogar no Ferroviário nos anos 50. Só que não deu certo o negócio ou coisa assim...", diz Luís Carlos Casagrande, o Casinha, diretor do Paraná.

Há outro relato para o fato. "Foi um empréstimo do Santos de três jogadores jovens. Mas os cartolas santistas desistiram de liberar o Pelé. Vieram então só dois. Um ano depois disso, aquela revelação seria campeão do mundo pela seleção brasileira (em 1958, na Suécia). O resto todo mundo sabe...", descreve o aposentado Alceu Zauer, então jogador do Ferroviário.