A constatação já havia sido feita por Mario Celso Petraglia, na única entrevista coletiva desde que voltou à presidência do Atlético. E foi repetida ontem, a este jornalista, por Vilson Ribeiro de Andrade. Jogar a Série B deixou de ser uma tragédia financeira.

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O novo contrato de transmissão pela tevê, em vigor a partir deste ano, prevê que não haja corte de verba na primeira temporada na Segunda Divisão. Assim, o Furacão joga a Segundona com os mesmos R$ 34 milhões que embolsaria na Primeira Divisão. Realidade idêntica à do Coxa em caso de descenso. No segundo ano, aí sim, um corte de 50%. Integral ou pela metade, a cota é infinitamente superior à da maioria da concorrência na Bezona. Uma relação inversa à que a dupla Atletiba enfrenta diante de Corinthians, Flamengo, São Paulo, Vasco e assemelhados. É essa diferença que permite ao Atlético, na Segunda Divisão, montar um time novo no meio da disputa. E justifica o ritmo de reposição no elenco alviverde na Primeira.

Lógico, não estou defendendo a ideia de que seja bacana virar inquilino fixo da Série B. É só perguntar aos paranistas se eles estão satisfeitos de verem o clube por lá há cinco temporadas. Clubes que passam muito tempo na Segunda Divisão perdem tamanho e relevância.

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Vilson e Petraglia sabem muito bem disso. Entendem o atraso de vida que ainda é a Segundona. O discurso de prejuízo reduzido com uma passagem pela B é muito mais uma forma de evitar o espírito de terra arrasada, de manter as coisas sob controle. E não pode, de maneira nenhuma, passar disso. Ao menos no futebol, o velho ditado de que mais vale ser rei da gafieira do que penetra no Country Club deve ser ignorado.

Reprise

Satisfeito com o empate, Marquinhos Santos trocou um meia por um terceiro volante. Contrariou o próprio discurso de que quem joga para empatar, perde. Jogou para empatar no fim do jogo contra o Sport e perdeu. Na entrevista coletiva, recorreu ao termo "abalo emocional" ao explicar a derrota. Aí já é demais.

Quantas vezes se falou, no último ano e meio, de abalo emocional para justificar tropeços do Coritiba? Foi assim nas duas Copas do Brasil, na perda da vaga na Libertadores deste ano via Brasileiro, na desclassificação logo na primeira rodada da Sul-Americana. Das duas uma: ou as pessoas no Alto da Glória repetem automaticamente a desculpa "emocional" ou o elenco tem graves problemas psicológicos. No primeiro caso, é bom trocar a desculpa; a repetição já caiu no ridículo. No segundo, é necessário um tratamento urgente e coletivo; a luta contra o rebaixamento é exigente demais para elencos frágeis emocionalmente.

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