Pequim passa a bola para Londres

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Os 17 dias para os quais a China se preparou durante sete anos chegaram ao fim ontem, com mais um espetáculo grandioso, que misturou circo, tambores, ópera, canções tradicionais chinesas, fogos de artifício, danças étnicas e até confete e serpentina. Centenas de dançarinos e acrobatas ocuparam o centro do Ninho do Pássaro e entregaram à platéia um show que o próprio diretor Zhang Yimou disse que seria impossível em qualquer outro lugar do mundo, em razão da escala humana e das inúmeras horas de ensaio necessárias para obtenção do rigor exibido.

Não houve referência aos 5 mil anos de história chinesa, cuja grandiosidade foi o centro do espetáculo de abertura. O objetivo foi apresentar uma China amigável e não ameaçadora, apesar de sua crescente supremacia no cenário mundial. O tema do espetáculo era "harmonia, amizade e alegria", e os principais momentos da Olimpíada foram lembrados em imagens exibidas no enorme telão em que se transformou a parte superior do Ninho do Pássaro.

O ápice veio na segunda parte do show, quando a pira olímpica foi apagada e uma estrutura de 23 metros de altura batizada de Torre da Memória emergiu do centro do palco e foi escalada por 396 acrobatas, cujos movimentos criavam "chamas humanas". No fim, 16 faixas de 43, 48 e 53 metros de cumprimento foram presas ao topo da torre e suspensas na outra extremidade por cabos, formando a imagem de uma enorme flor.

A parte final do show foi dedicada à Inglaterra, sede dos Jogos de 2012. David Beckham marcou a entrega da bandeira olímpica para Londres com um chute dado de cima de um típico ônibus londrino de dois andares estacionado dentro do Ninho de Pássaro.

A bola chutada por Beckham foi agarrada por um dos voluntários que trabalhavam no centro do estádio. O ônibus vermelho com destino "Londres 2012" se transformou no palco onde toda a performance britânica ocorreu. A cobertura se abriu e do centro emergiu a cantora de R&B Leona Lewis, vestida com um longuíssimo vestido dourado. Logo apareceu a seu lado o guitarrista Jimmy Page, 64, integrante da eterna banda Led Zepellin e representante da longa tradição pop britânica. O espetáculo inglês terminou com dançarinos pendurados nas laterais do ônibus carregando outro clássico símbolo londrino, os guarda-chuvas.