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Tire suas dúvidas sobre a criação de uma liga de futebol. O tema é embrionário no país; e traz alguns obstáculos para a criação da Sul-Minas-Rio. A competição poderá servir como embrião de uma futura liga nacional organizada pelos clubes. Em agosto, o presidente da entidade que rege o futebol brasileiro, Marco Polo Del Nero, resolveu dar mais espaço aos dirigentes de clubes e instituiu a Comissão Nacional de Clubes, que passaria a tomar conta das competições nacionais, deixando a CBF responsável somente pela seleção.

Entenda:

Quem vai participar da Liga Sul-Minas?

Atlético, Coritiba, Grêmio, Internacional, Cruzeiro, Atlético-MG, Figueirense, Criciúma, Flamengo e Fluminense estão certos. Avaí, Chapecoense, Joinville são fundadores não estariam na primeira edição. Paraná e América-MG foram lembrados na reunião, mas sem vaga cativa.

Qual foi o critério adotado para a escolha dos participantes?

Seguiu-se o ranking nacional da CBF. Os dois primeiros colocados de cada estado, além dos convidados do Rio de Janeiro.

Existe calendário e regulamento para a disputa?

Existe, mas ele será definido até o fim de setembro. A princípio serão oito datas, com dez clubes participantes. Uma reunião em Santa Catarina deve selar as pendências.

Criada por clubes, Sul-Minas-Rio esboça liga nacional e aguarda aval da CBF

Com participação de equipes de cinco estados, incluindo os cariocas, competição deixa portas abertas para a adesão de paulistas em 2017, o que daria abrangência nacional ao torneio

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Como ficarão os estaduais?

Os clubes, inevitavelmente, terão de optar por uma ou outra disputa em determinado momento. Alguns clubes, como o Flamengo, já anunciaram a presença com “times alternativos” no certame estadual.

A CBF aprova a Sul-Minas?

“É muito difícil a CBF ir contra tantos clubes importantes”, entende Delfim Peixoto, presidente da Federação Catarinense de Futebol, um dos apoiadores da Sul-Minas. No entanto, apenas depois da formatação completa do torneio haverá uma consulta forma à entidade que rege futebol no país.

Caso seja criada uma liga sem o apoio da CBF, seria preciso formar novo quadro de árbitros e tribunais esportivos?

Sim. As ligas teriam de organizar outro quadro de árbitros e também eleger um novo tribunal para julgar as questões das competições – um dispositivo da Constituição brasileira prevê a existência dos tribunais. “Por ser tudo novo, os órgãos poderiam ser bem mais simples e baratos”, diz Domingos Moro, advogado especialista em Direito Esportivo.

ENQUETE: o Paraná Clube deve ser convidado para a Sul-Minas?

Um clube que disputa uma liga estadual pode jogar o Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil?

Pode, por ser filiado diretamente à Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Além disso, a Lei Pelé assegura que os clubes não podem sofrer qualquer punição caso criem ligas. Entretanto, há uma discussão envolvida neste caso.

Qual é o enrosco?

O estatuto da CBF, no artigo 79, afirma que os clubes que por deixarem de participar do Estadual serão rebaixados na disputa local e impedidos de participar de qualquer competição coordenada pela entidade. “O artigo está em conflito com a Lei Pelé, que é federal e, assim, prevaleceria. Mas, seria uma questão inédita para a Justiça”, comenta Eduardo Carlezzo, advogado especialista em Direito Esportivo.

Como resolver essa questão?

Com o reconhecimento da liga pela CBF.

Há uma liga de sucesso no Brasil?

A Liga Nacional de Basquete (LNB) já pode ser considerada como um caso que vingou. O grupo organiza o Novo Basquete Brasil (NBB), competição que existe desde a temporada 2008/2009. “Chegamos a conclusão que a criação da liga fortaleceria os clubes. Com a união, que é a palavra chave, estamos crescendo juntos. É muito importante ter autonomia para negociar contratos, patrocinadores, os regulamentos das disputas etc. Conseguimos até uma parceria com a NBA (a liga norte-americana) recentemente”, diz Cássio Roque, presidente da LNB.

Enfim, mas o que impede a criação de ligas de futebol?

Nada. As ligas são amparadas pela Lei Pelé, que prevê o formato de competição nos artigos 16 e 20. Ou seja, para criar um campeonato próprio, de qualquer modalidade esportiva, basta disposição dos clubes. “Nada pode impedir, é só uma questão de vontade política”, diz Heraldo Panhoca, advogado especialista em Direito Esportivo que colaborou na redação da Lei Pelé.

As ligas precisam ser reconhecidas pelas federações e confederações?

Não. Os organizadores não precisam nem sequer informar às entidades sobre a criação das competições. A não ser que desejem que as ligas sejam reconhecidas.

Há uma liga reconhecida pela CBF?

Sim, a Liga do Nordeste. “Só fomos reconhecidos porque entramos com uma ação judicial. Mas hoje somos parceiros da CBF, que nos ajuda nas questões técnicas. Repassamos ainda 10% do que é arrecadado para as federações. Tem sido um sucesso de público, bem mais rentável que os Estaduais”, explica Milton Dantas, diretor administrativo e financeiro da Liga do Nordeste.

E os contratos de tevê?

Os clubes negociariam diretamente com as emissoras, sem interferência das federações e confederações. Só há um detalhe: no caso do Brasileiro, há contrato com a Rede Globo assinado até 2017. Ou seja, pelo menos por mais três anos o formato não deve mudar.

Qual a vantagem de ter uma liga?

Excluir federações e confederações como intermediários nas negociações de contratos. Além disso, os clubes têm autonomia total sobre os rumos da disputa. Se quiserem convidar outra equipe para participar, discutem e decidem entre eles a questão

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