Período intenso

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O mês de agosto será decisivo para a dupla Atletiba, não apenas para seguir na luta pelos objetivos que restam na temporada, mas principalmente porque é um período no qual os jogadores serão exigidos além do normal. Contando o início de setembro, serão 38 dias com dez partidas do Coxa e 12 do Furacão. Por isso o desempenho físico dos atletas já requer preocupação especial dos departamentos de fisiologia e nutrição dos clubes.

Segundo um estudo científico da Academia Americana de Medicina Esportiva (American College of Sports Medicine), jogadores de futebol que fazem duas partidas por semana têm seis vezes mais chance de lesão em relação àqueles que jogam uma vez a cada sete dias. Isso porque o tempo de recuperação, apesar de ser capaz de manter o rendimento do atleta, não é suficiente para prevenir o aparecimento de lesões.

A maratona do Coritiba, que recebe o Palmeiras amanhã, prevê quase uma partida a cada quatro dias. Período no qual o Alviverde tentará se aproximar do grupo da Libertadores, objetivo no Alto da Glória ao fim do Brasileiro.

No caso do Atlético, que volta a campo na quinta-feira contra o Atlético-GO, fora de casa, a necessidade de sair da zona de rebaixamento coincidirá com o início da Copa Sul-Americana. São dez jo­­gos pelo Brasileiro e dois pelo torneio continental. Ou seja, um a cada três dias. Um atenuante é a sequência de cinco confrontos em Curitiba, poupando os jogadores do desgaste das viagens.

O fato de atuar somente pelo Nacional é positivo para o Alvi­verde, afinal é o time brasileiro que mais partidas fez no ano (47), ao lado do Santos. "Os atletas vão enfrentar uma maratona, com o grande agravante que já vem de uma", alerta o coordenador do departamento de preparação física alviverde, Glydiston Ananias.

Para prevenir lesões, os clubes trabalham diversos aspectos. O descanso é sempre bem-vindo. Além disso, a alimentação é um fator cada vez mais importante, com o acompanhamento diário, e inclusive a distância, durante as viagens.

A nutricionista do Atlético, Cristiane Carvalho, explica que a insuficiência de carboidrato, o principal combustível do jogador de futebol, é um fator que tende a aumentar o risco de lesões. Por isso é preciso cobrar dos jogadores atenção redobrada nesse quesito.

"É tudo um equilíbrio entre fisiologia, preparação física e nutrição. Temos os indicadores, como coloração da urina, aumento de ureia no sangue, sódio, exames laboratoriais, quantidade de gordura... Cuidando disso, minimizamos a chance de lesões", diz Cristiane, lembrando que os quilinhos a mais na balança sempre jogam contra.

Cuidado, Madson!

O baixinho Madson é um dos atletas do Atlético que mais jogou nesta temporada. Ele esteve em campo por 2.658 minutos, em 36 jogos, ficando de fora somente em seis ocasiões. O desgaste até agora não afastou o jogador da equipe, mas requer atenção especial, ainda mais porque ele costuma correr bastante em campo. Como não enfrentou o Santos, domingo, porque estava suspenso, ele acabou ganhando um descanso providencial. Além de Madson, outros jogadores estão na lista dos mais exigidos no ano. O lateral-esquerdo Paulinho é quem mais esteve em campo (3.114 minutos), seguido pelos zagueiros Manoel (2.801) e Rafael Santos (2.618), além do atacante Guerrón (2.002).

Atenção com Tcheco

O meia Tcheco é um dos atletas que recebe atenção especial no Coritiba. Aos 35 anos, ele participou de nove jogos (69%) dos 13 do time no Brasileiro. "Já vem de uma sobrecarga de treinos de vários anos de carreira", aponta o coordenador do departamento de preparação física do clube, Glydiston Ananias.

O comportamento regrado fora de campo, porém, conta a favor, assim como outro dado importante. "Nesta temporada ele não teve desgaste tão alto no primeiro semestre, já que não jogou tanto", lembra Ananias. O goleiro Édson Bastos, o zagueiro Emerson, o lateral Jonas, o volante Léo Gago e o meia Rafinha são outros atletas cujo risco de lesão é maior pelo desgaste.