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| Foto: Carl de Souza/AFP

Vitória da canhota

A tcheca Petra Kvitova (foto), 21 anos, conquistou ontem seu primeiro título de Grand Slam ao derrotar a russa Maria Sharapova por 6/3 e 6/4 na decisão de Wimbledon. Única canhota entre as 30 primeiras do ranking, Kvitova interrompeu uma sequência de 20 títulos seguidos de tenistas destras em Londres.

A última campeã que empunhava a raquete com a mão esquerda a triunfar em Wimbledon havia sido Martina Navratilova, em 1990.

Maior campeã de Wimbledon, com nove conquistas individuais, Navratilova também nasceu na República Tcheca, e o fato de ser canhota é ressaltado por Kvitova na indicação como inspiração.

Kvitova citou Navratilova e Hana Mandlikova, ex-número três do mundo, que acompanharam a partida.

"Elas me ajudam sempre e seus conselhos não têm preço’’, disse a primeira tcheca desde Jana Novotna em 1998 a triunfar em Wimbledon.

Com seu triunfo, Kvitova também impediu que Sharapova repetisse o feito que proporcionou projeção mundial. O primeiro título de Grand Slam da russa também foi em Wimbledon, em 2004, aos 17 anos.

"Ser número 1 do mundo é um objetivo, ganhar Wimbledon é um sonho", afirmou Novak Djokovic em 10 de maio. Quase dois meses depois, o sérvio já cumpriu seu "objetivo" – falta o "sonho", do qual o separa o espanhol Rafael Nadal na final do Grand Slam inglês, marcada para hoje, às 10 horas (de Brasília).

Independentemente do resultado, Djokovic passará a ocupar a liderança do ranking a partir desta segunda-feira. Mais do que isso: será o primeiro tenista que não Nadal ou o suíço Roger Federer na ponta desde fevereiro de 2004.

"Eles não dão muitas chances para você ser número 1, então eu precisava perder apenas um jogo em sete meses para chegar lá", disse o sérvio, em tom de brincadeira. Mas na prática foi isso mesmo que aconteceu. Desde o início do ano, ele disputou 48 partidas e perdeu apenas uma – para Federer no início do mês, na semifinal de Roland Garros.

A trajetória em Wimbledon também foi exigente. Djokovic perdeu três sets até agora e chegou a estar empatado por 1 a 1 no placar na terceira rodada contra o cipriota Marcos Baghdatis e nas quartas de final contra o australiano Bernard Tomic. No total, foram 14h02 em quadra.

Prestes a cair para a segunda posição do ranking, Nadal adota o discurso de que isso não é o mais importante. De qualquer forma, o fato pode motivá-lo ainda mais para buscar uma revanche contra o balcânico, que o bateu nos últimos quatro confrontos realizados, sempre em decisões de Masters 1000.

Essa marca não necessariamente faz de Djokovic o favorito na final, já que ele nunca havia passado da semi do torneio, enquanto o espanhol soma dois títulos e dois vice-campeonatos.

Os jogadores que formam a rivalidade mais importante da temporada já disputaram 27 partidas, com 16 vitórias do espanhol. Apenas dois confrontos foram disputados na grama, ambos com vitória de Nadal: na final do ATP 250 de Queen’s de 2008 por 7/6 (7-6) e 7/5; e na semifinal de Wimbledon em 2007 por 3/6, 6/1, 4/1 e desistência.

Nesta temporada, o tenista de Mallorca também teve trabalho até a decisão do Grand Slam inglês, gastando 15h59. Perdeu três sets e esteve prestes a abandonar a competição ao sentir uma forte dor no pé direito durante a partida de oitavas de final ante o argentino Juan Martín Del Potro. Na base da superação, venceu por 3 a 1 e, nos desafios seguintes, chegou a atuar com o local anestesiado.

Ao vivoNovak Djokovic x Rafael Nadal, final do Torneio de Wimbledon, às 10 horas, no SporTV 2.

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