Personagem
"Não é nada fácil para nós, europeus, jogar com esse calor", diz técnico alemão
O técnico da Alemanha, Joachim Löw, enxerga vantagens para as seleções da América do Sul e Central na fase final da Copa do Mundo. Os motivos encontrados pelo alemão são a alta temperatura e o fato de atuar perto de casa, com o apoio dos torcedores.
"Não é nada fácil para nós, europeus, jogar com esse calor. Hoje [ontem] estava muito quente. Você não consegue respirar, é difícil se deslocar, você faz três ou quatro corridas e está cansado. Não estamos acostumados", declarou o treinador.
O clássico com a França iniciou às 13 horas e os termômetros marcavam 28°C a sensação dentro do Maracanã era de temperatura muito superior. Menos mal, o horário logo após o almoço não será mais repetido. As semifinais serão às 17 horas e a decisão às 16.
O próximo compromisso dos germânicos será na terça-feira, em Belo Horizonte. Tempo para os alemães recuperarem fisicamente sua equipe. Antes do confronto com a França, sete jogadores contraíram gripe. Alguns tiveram de atuar no sacrifício, como o atacante Thomas Müller.
Deschamps vê legado
A França deixa a Copa do Mundo confiante de que há um legado para a sua seleção. "Este grupo nasceu na classificação com a Ucrânia [conquistada na repescagem]. Houve muitas coisas positivas. Há um caminho a ser seguido e jogadores especiais", comentou o treinador Didier Deschamps. O ex-volante, capitão da equipe campeã em 1998, teve de enfrentar situações difíceis na caminhada até o Brasil. Críticas ao perfil multirracional da equipe, por parte da extrema direita francesa, e a contusão de seu principal jogador, o avante Franck Ribéry. Na entrevista coletiva de despedida, Deschamps exaltou ainda o nível da competição. "É uma Copa incrível, muita velocidade, ritmo, situações de virada, não há partidas fechadas", analisou.
É por causa de partidas como a de ontem, no Maracanã, que ainda se insiste em valorizar o "peso da camisa". Nem França, nem Alemanha, jogaram bem. Ao término do clássico europeu, entretanto, prevaleceu a eficiência dos germânicos: 1 a 0, gol de Hummels.
"A diferença foi muito pequena. Faltou para o nosso time a experiência internacional dos alemães, uma seleção acostumada com a Copa do Mundo", reconheceu Didier Deschamps, treinador dos Bleus, sobre o próximo adversário do Brasil.
Com o resultado, os alemães alcançam pela quarta vez consecutiva a semifinal do Mundial, recorde absoluto. No entanto, seguiram em frente somente em 2002, quando acabaram derrotados pelo Brasil (2 a 0) na decisão, na Coreia do Sul e no Japão.
Nas duas seguintes, pararam nesta fase. Jogando dentro de casa, em 2006, foram eliminados pela campeã Itália (2 a 0). Quatro anos depois, na África do Sul, a Espanha, mais tarde também campeã, passou por 1 a 0.
O desafio agora é quebrar a escrita e voltar a ser campeão mundial, algo que não acontece desde 1990 as outras conquistas foram em 1954 e 74. Precavido, o técnico Joachim Löw prefere não prometer nada.
"As equipes nas semifinais são as com maiores qualidades. Estamos há muito tempo entre os últimos quatro. Temos uma equipe densa, sólida", analisou o alemão.
O comandante refuta que a falta de títulos possa pesar no momento decisivo. O argumento é o retrospecto vencedor dos jogadores que formam a base de sua seleção, pertencentes ao Bayern de Munique e ao Borussia Dortmund.
"Temos excelentes jogadores, que já foram campeões da Liga dos Campeões, por exemplo, com o Bayern de Munique. Não é um problema para eles participarem de decisões", diz Löw.
No conjunto titular da Alemanha que entrou em campo ontem, seis atletas são do clube da capital do país: Neuer, Lahm, Boateng, Schweinsteiger, Kroos (que deve se transferir para o Real Madrid) e Müller. Venceram o principal torneio europeu em 2012/13.
Entrosamento capaz de fazer a seleção triunfar mesmo sem atuar bem, como ocorreu contra os franceses. Após uma pressão inicial, os alemães marcaram aos 13 minutos, em falta cobrada pelo meia Kroos que o zagueiro Hummels mandou de cabeça para as redes.
A partir daí, mais "canchados" que os adversários, apenas administraram as ações. Sofreram ataques perigosos na etapa final, barrados por Neuer, mas tiveram as melhores chances nos contra-ataques. Por duas vezes, o atacante Schürlle perdeu a chance de ampliar.
"Era certo que a França atacaria. Tinham mais jogadores na frente, fizeram lançamentos na área. Arriscaram tudo ou nada. Mas soubemos vencer", analisou Hummels.
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