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Não são apenas os torcedores fanáticos que passam horas em frente à TV assistindo a jogos de futebol. Cientistas do mundo inteiro também têm feito isso. Eles tentam extrair números valiosos dos campeonatos, identificando, por exemplo, qual a melhor área do gol para bater um pênalti, ou o que faz bandeirinhas errarem na hora de marcar impedimentos.

A reportagem selecionou dez pesquisas que tentam encontrar padrões de comportamento dentro do jogo. A cobrança de pênalti, por ser um momento crucial e mais "controlado", é um dos momentos mais estudados pelos cientistas.

Confira os estudos:

1 - Leve deslocamento do goleiro influencia lado que jogador bate o pênalti

Pesquisadores da Universidade de Hong Kong analisaram 200 cobranças de pênalti dos campeonatos mais importantes do mundo e perceberam que o goleiro pode influenciar o lado em que o jogador mira a bola.

Segundo os cientistas, se o goleiro se deslocar entre seis e dez centímetros para o lado, o jogador não percebe conscientemente o movimento, mas aumentam em 10% as chances dele bater do lado oposto à direção em que foi o goleiro. Isso ocorre porque, inconscientemente, o jogador percebe que ali há mais espaço.

2 - Maior parte dos gols é marcada no segundo tempo

Uma análise das três últimas Copas feita pela Universidade de Salônica, na Grécia, mostrou que, em média, os gols ocorrem mais no segundo tempo.

Dividindo a partida em seis partes de 15 minutos, os pesquisadores também descobriram que o último período, entre os 30 e 45 minutos de segundo tempo, é o mais perigoso para os goleiros, pois nas três copas mais de 20% das finalizações de sucesso ocorreram nesse intervalo.

Segundo os autores, a probabilidade de gols aumenta no final da partida por causa da deterioração física, das táticas adotadas e das falhas de concentração.

3 - Bandeirinha que corre muito erra na hora de marcar impedimento

É muito difícil o bandeirinha estar exatamente na linha do impedimento na hora de marcá-lo, mas ainda assim eles conseguem acertar em 94% das vezes, revela um estudo publicado no "Jornal Internacional de Psicologia do Esporte".

Em uma análise feita em quatro jogos, pesquisadores concluíram que, na maioria das vezes em que os bandeirinhas erram, eles estão correndo. Os erros são mais raros quando eles estão parados, ou andando.

4 - Escolher um lado para pular na hora do pênalti não é boa ideia

Há goleiros que escolhem um lado para saltar antes mesmo de observar o batedor. Segundo o estudo da Universidade de Negev, em Israel, essa não é uma boa iniciativa, pois o melhor lugar para ficar durante um pênalti é no centro do gol.

De acordo com os pesquisadores, que analisaram 286 batidas de pênalti, os goleiros não fazem isso porque entendem que pular demonstra esforço, enquanto ficar no meio das traves dá a impressão de que eles não estão agindo.Brasileiro Douglas Costa disputa bola com Ghandy Kassenu, de Gana, na final da Copa sub-20. Pesquisadores discordam sobre possível efeito maléfico das cabeceadas sobre o cérebro.

5 - Cabecear demais pode prejudicar o cérebro?

Um dos temas que sempre causa polêmica entre os cientistas que estudam futebol é saber se as cabeceadas machucam as estruturas internas do crânio.

Um estudo levado a cabo pelo Instituto de Tecnologia da Flórida, por exemplo, mostra que jogadores que cabeceiam com mais frequência podem apresentar problemas de aprendizado, falta de atenção e menos velocidade na hora de processar informações.

Já uma pesquisa liderada por cientistas da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, diz que praticamente não há alterações cerebrais mesmo após sessões intensas de cabeceadas.

6 - Além da mira, pênalti perfeito depende da velocidade

Não basta ter boa pontaria para chutar o pênalti perfeito. Uma pesquisa realizada pelo professor Ronald Ranvaud, da USP, mostra que, além de chutar nos cantos superiores, é necessário fazer com que a bola atinja uma velocidade de pelo menos 80 km/h. Se o chute for mais fraco, as chances de o goleiro defender aumentam.

Segundo Ranvaud, para bater o pênalti perfeito o jogador tem que mirar em uma área que corresponde a um retângulo de 1,8 metro de largura por 1,60 de altura, que fica em cada ângulo do gol.

7 - Comemorar com exagero é perigoso

Um estudo feito por médicos da Turquia com 152 jogadores que se machucaram durante os jogos mostrou que nove deles se feriram durante comemorações exageradas. Grande parte dos problemas eram distensões – ocorridas por causa de "peixinhos" na grama – ou costelas e clavículas quebradas porque um jogador subiu em cima do outro.

8 - Crianças com poucos irmãos têm mais chance de se tornarem goleiros

Um inglês especialista em saúde infantil analisou famílias de 14 times de futebol e descobriu que os goleiros tendem a ter famílias menores. A média de irmãos de um goleiro foi de 1,1, enquanto os que jogam no meio-de-campo têm em média 2,4 irmãos.

Segundo o pesquisador, isso ocorre porque em famílias pequenas os jogos são feitos com poucas pessoas e as crianças são obrigadas a jogar mais no gol, enquanto em famílias maiores é possível revezar as posições.

9 - Na hora do pênalti, melhor não prestar atenção no goleiro

Um estudo da universidade de Amsterdã, na Holanda, mostra que, na hora de bater o pênalti, é melhor o jogador escolher o lado antes de começar a correr. Segundo o estudo, que usou dez jogadores para analisar as cobranças, se o jogador ficar prestando atenção no goleiro e decidir trocar a direção da bola enquanto corre para chutá-la, aumentam as chances de ele mandar a bola para fora ou chutar de forma imprecisa.

10 - Juízes tendem a favorecer time que joga em casa

Pelo menos na Inglaterra, o time que joga em casa tende a ser favorecido pelo juiz. Uma análise de 2.660 partidas mostrou que cartões amarelos e vermelhos são mais aplicados no time visitante.

A pesquisa, realizada por cientistas do Reino Unido e da Nova Zelândia, mostrou também que times que não são favoritos tendem a ser fazer mais faltas. Além disso, times que jogam em casa na presença de muitos torcedores em geral apresentam um jogo mais agressivo, mas sem cometer mais infrações do que a média.

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