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Além dos sete postes derrubados, outros ficaram retorcidos | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Além dos sete postes derrubados, outros ficaram retorcidos| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Florianópolis – O segundo dia de disputas do Mormaii Costão Pro, que acontece até domingo na Praia do Santinho, litoral norte da ilha da capital catarinense, ficou marcado pela presença de um competidor muito diferente dos outros 191 surfistas que se inscreveram na primeira etapa seis estrelas da temporada 2007 do World Qualifying Series (WQS). Três características básicas o distinguiam dos demais: o currículo, o objetivo no torneio e o comportamento.

Trata-se de Peterson Rosa, surfista que, embora tenha nascido em Guarujá, no litoral paulista, chegou a Matinhos com apenas oito meses de idade, tornando-se, como ele próprio admite, paranaense de vivência e coração. Ao contrário dos outros competidores, ele não perambulou pelos bastidores do evento e chegou em cima da hora de se apresentar para a sua bateria. Com tranqüilidade, surfou "para o gasto", garantiu vaga na terceira fase e depois encarou o grande assédio da imprensa.

De fato, o experiente atleta que, aos 32 anos, já pode ser considerado o principal nome da história do surfe paranaense, faz jus ao papel de centro das atenções. Peterson ostenta a glória de ser o único surfista a conseguir se sagrar três vezes campeão brasileiro profissional, foi o atleta que mais competiu em etapas homologadas pela Association of Surfing Professionals (ASP, entidade máxima desse esporte no planeta), é dono da última vitória brasileira em etapas do WCT (em 1998, no Rio de Janeiro) e participou de 14 temporadas ininterruptas rodando o mundo entre a elite do surfe no World Championship Tour (WCT).

Para ele, a dedicação ao esporte iniciada na praia de Matinhos já o faz se sentir realizado. "Não consegui ser campeão do WCT, mas acho que já deixei minha marca no esporte", afirma. É principalmente essa satisfação que o torna uma "ave rara" no Mormaii Costão Pro, pois, na contramão dos demais competidores, ele não almeja voltar ao WCT, de onde saiu no ano passado (o principal circuito mundial mantém para o ano seguinte seus 27 primeiros colocados; Peterson ficou na 29.ª colocação).

Cansado das viagens , ele prefere agora ficar mais em casa, competir apenas no Brasil e se dedicar a projetos pessoais, para os quais até então ele não tinha tempo. Hoje, Jihad Khodr, atual campeão brasileiro, entra na água da Praia do Santinho, diretamente na terceira fase da competição, enquanto Peterson entra em ação amanhã.

O jornalista viajou a convite da organização do evento.

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