O presidente do Atlético, Mario Celso Petraglia, prestou esclarecimentos à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre as obras da Copa do Mundo de 2014, nesta terça-feira, na Assembleia Legislativa. Ao término do depoimento de duas horas e meia, o dirigente deixou no ar dúvidas sobre o futuro da reforma da Arena para o Mundial.
"Se não houver liberação rapidamente dos recursos, há risco de paralisação", afirmou Petraglia, no encontro com os deputados estaduais.
A praça esportiva seria reaberta em março de 2013. Depois, ficou para junho. E, de acordo com cartola, não é possível prever no momento quando a obra será finalizada. "Não sabemos. O cronograma físico-financeiro é uma incógnita. E quanto mais tempo leva [a obra], mais caro fica", disse.
O cenário incerto, de acordo com as palavras do presidente do Furacão, é de responsabilidade do governo do Paraná e da prefeitura de Curitiba, parceiros na empreitada orçada em R$ 184,6 milhões.
"A CPI deveria perguntar se o governo estadual e municipal estão cumprindo o que prometeram. Exigir que se cumpra a lei. Nós demolimos o nosso estádio, perdemos 10 mil sócios, estamos pagando para jogar e tendo prejuízo técnico", exclamou.
Um dos entraves para a continuidade do projeto é a liberação do financiamento por parte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), de R$ 131,2 milhões. "É a burocracia brasileira. O BNDES é uma entidade lenta", comentou o dirigente.
Outro destaque da segunda sessão da CPI foi a revelação de Petraglia de que o clube vai se responsabilizar por gastos que extrapolem o orçamento, de R$ 184,6 milhões, dividido em três partes iguais entre o clube, município e estado.
Cadeiras
No único momento em que houve polêmica no depoimento, o assunto foi a compra das cadeiras para a Arena. Petraglia rebateu as denúncias de que beneficiou a empresa Kango Brasil Ltda, que tem como sócio seu filho, Mario Celso Keinert Petraglia. As acusações partiram de José Cid Campêlo Filho, então vice-presidente do Conselho Deliberativo do Rubro-Negro, hoje afastado.
"Uma afirmação mentirosa. Ele comparou o tipo standard com o tipo luxo. O que meu filho ofereceu para o estádio de Brasília [mais barato] é o pé de boi. Nós teremos o tipo luxo, pois teremos mil outros eventos no estádio além do futebol", explicou.
Durante a explanação sobre os assentos, o deputado Mauro Moraes chegou a se exaltar e pedir que fosse marcada uma acareação entre os dois atleticanos. Proposição que acabou rechaçada pelos demais integrantes da CPI.
Teto retrátilPetraglia aproveitou ainda para justificar a inclusão do teto retrátil no projeto da nova casa rubro-negra, recurso que não é exigido pelo caderno de encargos da Fifa para a Copa.
"Nós fizemos uma parceria com a AEG, uma das maiores empresas de entretenimento do mundo. Eles nos aconselharam a fazer o teto para realizar mega-eventos. Será de responsabilidade do clube".
Ao término da reunião, Fábio Camargo, presidente da CPI, revelou ter ficado satisfeito com as explicações de Petraglia. "Eu, particularmente, entendo que para a CPI a questão da Arena está encerrada. Salvo que tenhamos alguma materialidade que nos dê subsídios contrários aos que foram mostrados aqui hoje [ontem]".
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