Mario Celso Petraglia chega ao CT do Caju para dar início oficialmente a um novo mandato à frente do Furacão: promessa de futebol cada vez mais forte| Foto: WalterAlves/ Arquivo/ Gazeta do Povo

Despedida

Enquanto Mario Celso Petraglia era aclamado como novo presidente do Conselho Administrativo do Atlético, o agora ex-mandatário Marcos Malucelli se despedia dos funcionários do clube na Arena. Em clima de emoção, com abraços, apertos de mão e algumas lágrimas, o ex-presidente agradeceu o apoio durante os três anos em que esteve à frente do Furacão. Como exemplo de lealdade a Malucelli, alguns colaboradores se anteciparam e pediram o desligamento do Rubro-Negro ainda ontem, evitando assim a demissão por parte da nova diretoria. Nos próximos dias, outros funcionários devem ser contratados, principalmente nos setores de comunicação e marketing.

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Sem oposição, Petraglia reina à vontade

Apesar de 1/3 dos sócios terem votado na chapa adversária na eleição de quinta-feira, Mario Celso Petraglia não terá oposição no Atlético pelos próximos três anos. Ao menos dentro do clube. Com o Conselho Deliberativo preenchido somente por correligionários dele, 292 ao todo, a tendência é de que suas vontades sejam aprovadas facilmente nas assembleias-gerais, apenas como forma protocolar.

O próprio estatuto do Rubro-Negro expulsa os opositores das decisões internas, pois o Con­­selho Deliberativo é formado somente por integrantes da chapa vencedora. Esse colegiado tem diversas e importantes atribuições nas mãos, como "autorizar alienação ou oneração real de bens imóveis integrantes do patrimônio", "deliberar acerca do destino de superávit produzido" e "reformar o Estatuto Social". Tópicos que podem alterar os rumos do clube.

Mesmo assim, apesar do clima de vitória retumbante, Petra­­glia vai ter de conviver com a rejeição de boa parte dos sócios. Na disputa contra um candidato praticamente desconhecido pela torcida – Diogo Fadel Braz –, viu 33,1% do eleitorado escolher o adversário. Essa é a única oposição que o novo presidente terá até 2014. Porém sem voz dentro do Furacão.

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Após três anos longe do Atlético, Mario Celso Petraglia retornou ontem ao ser aclamado por unanimidade pelos conselheiros como o novo presidente do Conselho Administrativo, o cargo maior no Furacão. Na volta ao CT do Caju, porém, demonstrou que o período em que esteve ausente o deixou desatualizado em relação ao mercado da bola.

Com uma expressão séria, olhar baixo e mãos incessantes, na primeira coletiva de imprensa admitiu que não conhece o ex-gerente de futebol do Vasco, Rodrigo Caetano, um dos principais nomes quando se trata de coordenação de futebol, disponível desde quinta-feira. "Estive três anos longe. Nem sei quem ele é."

Apesar disso, afirmou que a montagem do elenco e a contratação de um novo técnico já começou ontem mesmo e que o trabalho será incessante nos próximos dias. "Não tinha credencial para fazer contatos, mas vamos iniciar ainda essa noite [ontem]", disse.

Com a Série B no caminho do Rubro-Negro em 2012, ele prometeu uma equipe de Segunda Di­­visão com grife de Primeira. "Mon­­taremos um time o mais próximo possível de um time de Primeira para jogar a Segunda", antecipou. E ainda prometeu: "Voltaremos [à Serie A] no ano que vem."

Durante a campanha, Petraglia bateu na tecla de que o Atlético será campeão mundial em dez anos. Ontem, porém, o discurso já não era tão animador. "Nós queremos os títulos que forem possíveis. Prometemos que seremos gigantes dentro de campo e que estaremos entre os times com chances de ganhar, esta é a promessa".

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Como não poderia ser diferente, aproveitou para criticar a antiga diretoria, especialmente o ex-presidente Marcos Malucelli. "Felizmente ele se foi", bradou. "Por que ele não salvou agora [em referência ao fato de o antigo aliado ter livrado o Furacão do rebaixamento em 2008]? Quando dá certo é o salvador e quando dá errado é culpa dos outros?"

Os ataques, aliás, foram até o Alto da Glória. Quando o assunto Couto Pereira veio à baila, avançou sobre o presidente eleito do Cori­­tiba, Vilson Ribeiro de Andrade. "Quando ele disse que o Atlético era gigolô do poder público, ofendeu a instituição e a mim pessoalmente", reclamou. Apesar disso, foi manso ao tratar da casa coxa-branca como alternativa à Arena. "Vamos procurar o diálogo", fechou.

ImprensaPetraglia ainda aproveitou para criticar a imprensa, mesmo sem explicar a venda dos jogadores Alberto e Lucas para o Rentistas , do Uruguai. Ele disse que vai processar judicialmente a Gazeta do Povo pela reportagem "Conexão uruguaia", publicada dia 13/12.

De acordo com a reportagem, o clube negociou Alberto para o pequeno time de Montevidéu por US$ 1,5 milhão no dia 10/12/99 e o time do país vizinho – 19 dias depois – repassou o atleta para a Udinese (Itália) por US$ 6,6 milhões. No caso de Lucas, a ponte também faturou alto: pagou US$ 7,5 mi por 50% do antigo passe e revendeu para o Rennes (França) por US$ 21 milhões.