| Foto: Luis Acosta/AFP

Monica Puig nasceu em Porto Rico, cresceu na Flórida e fala como americana. Mas também fala em espanhol não como alguém de Miami, mas de San Juan, com o orgulho de ser uma mulher latina, numa espécie de auto tecla SAP que traduz não apenas o que diz, mas o que sente. Gritou “oh, my God” ao perceber que era campeão olímpica, se emocionou com a torcida gritando “si, se puede”.

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Puig, 22, é outra surpresa desta semana fora do script do torneio olímpico de tênis da Rio-16. Para quem não acompanhou, em apenas uma frase: 34 do mundo tritura pelo caminho do ouro atletas mais bem ranqueadas, incluindo as top 10 Garbine Muguruza nas quartas e Angelique Kerber na final.

Considerada ‘zebra’ no confronto, Monica derrotou a alemã por 2 sets a 1 (parciais de 6/4, 4/6 e 6/1). Kerber, por sua vez, sentiu desconforto durante a partida e recebeu atendimento médico por duas vezes durante os intervalos dos sets.

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“É inacreditável, acho que realmente fiz história”, diz, sorrindo como adolescente, ‘Pica Power’, seu apelido também bilíngue, dado pelo técnico por sua obstinação em quadra – “Picapiedras”, pica pau em espanhol, que ganhou o adendo no circuito profissional, americanófilo.

O celular toca na hora em que vai começar a entrevista. “Mãe, não dá para falar agora, ligo depois”, diz em inglês. “Tentei acalmá-la antes de receber a medalha, mas não sei como vai ser quando voltar para casa. Meu telefone está entupido de mensagens.”

Também em inglês: “Foi uma sensação de alívio após tanta pressão.” “Foi incrível”. “Minha vida vai mudar um pouco, para melhor.”

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E esta, em inglês e espanhol: “Ouvi o estádio gritando ‘si, se puede’ e fiquei repetindo para mim mesmo ‘sim, eu posso, sim, eu posso’. Isso me ajudou muito, sabia que eles estavam ali comigo, não importa se para ganhar ou para perder”, disse, sobre o pequeno mas entusiasmado público que a acompanhou em um dos maiores feitos da história esportiva de Porto Rico.

Antes de Puig, Gigi Fernandez, também nascida em San Juan, foi bicampeã olímpica de duplas (1992-1996), mas defendeu os EUA nos Jogos. “Ela me escreveu, foi bastante inspirador”, disse, escapando da armadilha de comentar a escolha da antecessora.

 

E em espanhol? “Tudo se pode na vida. Se você se põe uma meta, e você luta por ela, você consegue.”

Engana-se quem pensa que ela fala de acordo com a língua do interlocutor. “Moro e treino em Boca Raton, mas sempre fui e continuo sendo 100% leal ao país em que nasci. É meu lugar favorito, é onde vou à praia, é a ilha que mais me dá amor e torcida.” E essa ela falou em inglês.

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Já a tcheca Petra Kvitova fez 2 sets a 1 (7/5, 2/6, 6/2) em Madison Keys, dos EUA, e levou o bronze em simples