As mudanças no regulamento da Fórmula 1 não têm repercutido bem entre os pilotos da categoria. Passada a surpresa pela série de modificações anunciadas na terça-feira, os competidores começam a se manifestar. E são unânimes nas críticas às resoluções do Conselho Mundial da Federação Internacional de Automobilismo (FIA).
As principais reclamações dizem respeito à mudança no critério de definição do título - a partir deste ano, será pelo número de vitórias, e não mais o de pontos, que sairá o campeão. Mas esta medida não foi a única a merecer críticas.
"Eu não entendo porque temos de mudar sempre o regulamento desse esporte. Acho que esse tipo de mudança só tende a confundir os torcedores", disse o espanhol Fernando Alonso, da Renault. O bicampeão mundial botou pimenta na briga política entre as equipes e a FIA. "Os desejos das escuderias, dos pilotos e de todos os fãs foram simplesmente ignorados.
O italiano Jarno Trulli, da Toyota, também bateu forte. Em entrevista ao jornal italiano La Stampa ele disse que as mudanças têm "muitos fatores negativos e nenhum positivo". E foi além. "Parece que a Fórmula 1 quer morrer, e então teremos de ir para outras categorias", afirmou.
Para Jenson Button, companheiro de Rubens Barrichello na Brawn GP, o novo sistema de definição do título é perigoso para o Mundial, e pode confundir o torcedor. "As pessoas terão problemas para entender porque o piloto com 60 pontos pode ser campeão em vez daquele que marcou 100. Além disso, pode acontecer de alguém vencer as nove primeiras corridas e ser campeão, mesmo com o segundo colocado apenas 18 pontos atrás", disse ao diário esportivo La Gazzetta dello Sport.
O australiano Mark Webber, da Red Bull, concentrou suas críticas no limite orçamentário proposto pela FIA. Segundo o projeto da entidade, as escuderias que gastarem menos de 30 milhões de libras (cerca de R$ 95 milhões) a partir de 2010 terão benefícios, como mais testes e possibilidades de desenvolvimento do motor.
"Às vezes é difícil saber para onde a Fórmula 1 está caminhando. Essa história do limite orçamentário é como se, no futebol, o Coventry pudesse jogar com 30 jogadores contra o Manchester United com 11. Eu nem vou me preocupar muito com isso, porque acho que vão mudar", disse Webber à rede de TV inglesa BBC.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura