O atual líder da Fórmula 1, Lewis Hamilton, viu seu estilo de pilotar ser novamente questionado na quinta-feira, em Xangai, dia em que surgiram reclamações sobre o comportamento dele nas pistas. Jarno Trulli, da Toyota, e Mark Webber, da Red Bull, questionaram a conduta ao volante do piloto da McLaren, realizando críticas semelhantes àquelas vindas recentemente de Robert Kubica, da BMW-Sauber.
Trulli, da Itália, afirmou ao site autosport.com ter ficado insatisfeito porque o britânico impediu sua passagem quando tentou colocar uma volta sobre ele no Grande Prêmio do Japão, na semana passada. Hamilton, 23, pode se transformar no mais jovem campeão da categoria no próximo fim de semana.
"Lewis nem sequer olhou o espelho retrovisor porque ele voltou para a pista bem na minha frente e me segurou por duas voltas", disse Trulli.
"Eu vou à reunião dos pilotos (na sexta-feira) e vou dizer para Charlie (Charlie Whiting, diretor de prova) o que aconteceu. Eu acho que Lewis poderia ter se comportado de uma forma diferente porque aquilo não foi justo."
Webber, o australiano que no ano passado acusou Hamilton de dirigir de forma perigosa atrás do safety car em Fuji, afirmou que a arriscada largada do britânico no Japão, no domingo passado, era motivo de preocupação.
"As áreas de escape são uma questão porque não se pode ingressar nas áreas de escape daquela forma", afirmou Webber, um dos diretores da Associação dos Pilotos de Grandes Prêmios.
"Nós perdemos um fiscal de prova em Monza quando alguns dos caras começaram a entrar na área de escape. E é muito difícil mudar de trajeto se você não sabe o que está por vir. É para isso que temos de estar atentos."
O fiscal de pista Paolo Ghislimberti foi morto por um pneu depois de um engavetamento ocorrido na segunda chicane do Grande Prêmio de Monza, em 2000.
"A primeira curva de Fuji é bastante violenta", disse Webber. "Ele estava se divertindo, mas, se alguém estivesse na traseira direita dele quando ele saiu, então teria havido uma colisão."
"Queremos conversar a respeito de ficar usando as áreas de escape", acrescentou o australiano.
"Eu não vou ficar massacrando Hamilton, mas o que importa é a forma com que as pessoas evoluem. Tiger Woods aprendeu. Roger Federer aprendeu. E Lewis está passando por isso."
Kubica, que sofreu um acidente violento no Canadá, no ano passado, e questionou a forma como Hamilton dirigiu em Monza, em setembro, explicou sua opinião na quinta-feira.
"Quando um piloto está ultrapassando um outro e cruza a trajetória bem na frente das rodas, isso é muito perigoso, especialmente se alguém que vem atrás acaba sendo atirado para cima", afirmou em uma entrevista coletiva.
"Eu já me envolvi em um acidente desse tipo no Canadá e eu sei o que acontece quando a roda da frente atinge a roda de trás de um outro carro. E, do meu ponto de vista, isso é muito perigoso."
"Quero dizer apenas isto: enquanto nada de errado acontecer, tudo estará bem. Mas, se alguma coisa acontecer, então todo mundo perceberá o que estou dizendo. É isso."
Hamilton, que não conseguiu marcar pontos em Fuji, lidera a classificação individual, cinco pontos à frente do brasileiro Felipe Massa, da Ferrari. Faltam duas corridas para terminar o campeonato.
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