Há dois meses, enquanto assimilava a derrota por 3 a 0 para o Goiás e a saída do técnico Waldemar Lemos, a diretoria rubro-negra tomava a medida mais polêmica da temporada: afastar cinco jogadores por problemas de comportamento. Entre eles, o artilheiro do time na temporada com 19 gols, craque do paranaense e uma das referências da equipe, o atacante Rafael Moura. Começava ali uma revolução no Atlético.
Sem o He-Man, Antônio Carlos, Alberto, Zé Antônio e Netinho e com a chegada do comandante Antônio Lopes, o Furacão recuperou o rumo. Em nove rodadas, mais que dobrou o seu rendimento ao saltar de 26,6% para 57,5% e deixou a zona de rebaixamento.
Mas a arrancada perdeu a aceleração. Nos seis últimos jogos, o clube conseguiu apenas uma vitória e, após a derrota para o Palmeiras por 2 a 1, o ataque rubro-negro voltou a figurar como o pior do Campeonato Brasileiro. Só o lanterna Fluminense marcou tão poucos gols quanto o Atlético: 26, média de apenas um por jogo. A melhor pontaria é a do Grêmio com 49 tentos (1,8 de média por jogo).
Nada disso faz ressuscitar o nome de Rafael Moura no clube. "Todas as conversas sobre isso vêm de fora. Esse assunto aqui é morto, absolutamente morto", afirmou o diretor de futebol atleticano, Ocimar Bolicenho.
Nem mesmo o recente perdão a Netinho, reintegrado ao time, mudou o posicionamento quanto ao atacante. "A situação do Netinho foi totalmente diferente. (O afastamento do Rafael Moura) é uma decisão da diretoria e ele não pode voltar", afirmou o técnico Antônio Lopes. "O Netinho acabou entrando no pacote por uma situação ocorrida às vésperas da decisão", justificou Bolicenho, que admitiu o incômodo quanto à situação ofensiva da equipe.
"Claro que estamos preocupado com esse índice. Estamos agora com o pior ataque. Por isso trouxemos reforços (Rodrigo Tiuí e Brasão) para melhorar a performance. A parte técnica dele não se discute, mas foram pesados todos os pontos. Com ele, o time estava na lanterna, hoje não está mais. Não podemos ter uma memória tão curta", ressaltou. Ele citou uma pesquisa recente do site da Gazeta do Povo, em que 89% dos participantes disseram não querer ver o jogador novamente vestindo a camisa do clube.
"Se a comissão técnica pedisse, analisaríamos o caso. Mas para nós essa situação está resolvida desde o dia 29 de julho", reforçou o presidente Marcos Malucelli.
Rafael Moura permanece treinando no CT do Caju. Em silêncio. Seu empresário, Carlinhos Sabiá, tentou em vão ontem que o jogador desse a sua versão.
"Ele não quer falar nada. Claro que fica chateado. Na minha opinião, ele não foi valorizado como deveria por tudo que fez no Atlético. Enquanto estava marcando gols, tudo bem. Mas quando caiu de produção junto com todo o time, virou um problema", afirmou o agente. "Se o Atlético escapou do rebaixamento ano passado foi por causa dele. Se por acaso pedissem para ele voltar, aconselharia a dizer não", acrescentou.
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Interatividade
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