
Parece coisa de filme, mas não é: a principal preocupação das tripulações que largam neste sábado, às 8 horas (de Brasília), da Cidade do Cabo, na África do Sul rumo a Kochi, na Índia, para a segunda etapa da Volvo Ocean Race, são os piratas. Pela primeira vez na história da competição, os barcos passarão pelo Oceano Índico, local pródigo em grupos organizados e fortemente armados dispostos a saquear barcos.
Esta não é a única ameaça às equipes da Volvo no trajeto de 4 450 milhas náuticas (8.245 km). Na região, também é comum que flotilhas de barcos de pesca cerquem embarcações impedindo-as de prosseguir viagem até que forneçam mantimentos, tabaco e bebidas - ou, ainda, comprem algum dos produtos que oferecem. Seqüestros de tripulações inteiras também são rotina na área de competição. Na terça-feira, um petroleiro filipino com 23 tripulantes foi vítima deste tipo de ação na costa da Somália.
"A probabilidade de ataques de piratas é de uma (chance) para cem e as áreas de maior preocupação são as águas da costa da Somália, o mar do sul da China, o estreito de Malaca (Malásia) e a área da ilha indonésia de Sumatra", disse o diretor esportivo da Volvo, Jack Lloyd.
Segundo o dirigente, as tripulações foram orientadas a evitar a aproximação com grupos de barcos de pesca que são utilizados para encobrir os piratas. "Mas, na maioria das vezes, os pesqueiros não representam perigo".
De qualquer forma, os barcos que disputam a Volvo continuarão monitorados via satélite, como em todas as etapas. A frota também fará uso da Organização Marítima Britânica (UKMTO), com base em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. As posições dos barcos serão coletadas pela entidade e enviadas às unidades militares da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que poderão intervir caso necessário.
O barco Ericsson 4, comandado pelo brasileiro Torben Grael, está na liderança da competição, que deverá exigir muita perícia dos profissionais de meteorologia.
"O cenário é muito interessante. Definitivamente é uma perna muito desafiadora em termos de previsão do tempo e navegação, mas certamente não haverá nada que eles já não tenham visto antes no mar", ressalta o meteorologista da equipe, Chris Bedford. "O fato de nunca ter sido explorada antes nesta regata faz da segunda perna uma etapa de alto grau de dificuldade. Talvez na chegada a gente conclua que a dificuldade real não foi tão grande, ou talvez seja ainda mais difícil do que imaginávamos. Este é o peso de enfrentar o desconhecido".
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