O homem que está sendo apontado como líder da máfia que manipulava resultados no futebol paranaense participou da grande maioria dos sorteios que definiram as escalas na Série Prata do Campeonato Paranaense deste ano. O diretor-administrativo da Federação Paranaense de Futebol (FPF) José Johelson Pissaia esteve presente em 17 de 20 escolhas de arbitragem, segundo levantamento da Gazeta do Povo. Ao todo, foram 24 sorteios na competição.

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Braço direito do presidente Onaireves Moura, Pissaia só parou de balançar o globo com freqüência após o escândalo do mensalão do apito vir à tona. Desde o início de setembro, quando o Tribunal de Justiça Desportiva (TJD-PR) abriu inquérito sobre a corrupção na arbitragem, o suposto Bruxo participou de apenas um sorteio da Segundona estadual.

Duas ausências do dirigente são diretamente ligadas a denúncias importantes sobre o suposto esquema de corrupção. Uma no dia 1.º de setembro, logo após uma reportagem da ESPN Brasil revelar o acerto para a fabricação de resultados na Segundona estadual. A outra foi na quinta-feira, dia em que o número 2 da Federação foi apontado por José Francisco de Oliveira, o Cidão, como operador da armação.

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Os números desmentem a tese de Pissaia. Após as declarações de Cidão à rádio CBN, ele negou qualquer interferência nas escalas e disse que o acusador estava movido por sentimento de vingança pessoal.

A presença constante do dirigente nos sorteios servirá de subsídio para que o auditor do TJD, Otacílio Sacerdote Filho, inclua o seu nome na lista de indiciados por envolvimento no esquema. A relação será divulgada até terça-feira, quando a procuradoria do Tribunal terminará a avaliação do material preparado pelo promotor de justiça com base no inquérito.