Pivô como o irmão Thiago, Michelle defendeu a seleção adulta em 2008| Foto: Robson Fernandjes/AE

São Paulo - Revelação do basquete brasileiro, Michelle Splitter morreu na noite de segunda-feira, em Campinas (SP), vítima de leucemia. Irmã do pivô Thiago Splitter, ela tinha 19 anos e, apesar de lutar contra a doença desde 2004, chegou a defender a seleção adulta do Brasil no ano passado.

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A leucemia de Michelle foi diagnosticada em 2004, quando ela tinha apenas 15 anos e começava a carreira profissional no basquete. Depois de enfrentar rigoroso tratamento, conseguiu se recuperar e pôde voltar a jogar em outubro de 2007, assinando contrato com a Unimed/Americana, uma das principais equipes do país. Mas a doença reapareceu em março do ano passado.

Com o novo tratamento, Michelle teve de se afastar mais uma vez do basquete, seu grande amor. No dia 14 de janeiro, após uma grande campanha da família em Santa Catarina para encontrar um doador, ela foi submetida a um transplante de medula óssea no Centro Boldrini, em Campinas, uma das instituições mais respeitadas no país no tratamento de câncer infantil.

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"Infelizmente, ela contraiu uma infecção antes que a nova medula começasse a ‘pegar’. Os médicos esperavam que os resultados do transplante começassem a aparecer na próxima semana", lamentou a mãe de Michelle, Elisabeth. Segundo ela, a atleta passou mal no sábado, quando foi diagnosticado sangramento nos pulmões. Na sequência, outras infecções foram surgindo, levando-a para a UTI "Ela sofreu muito. Tinha muita dor."

Elisabeth garantiu que o problema da filha não foi resultado de problemas do transplante, mas dos riscos decorrentes do procedimento, no qual é necessário suprimir todos os glóbulos brancos que defendem o organismo para evitar a rejeição da nova medula. "Só tenho de agradecer ao Boldrini. Ela (Michelle) não sabia se ia conseguir (sobreviver ao transplante), mas resolveu tentar. Fez o que podia, infelizmente não deu."

Assim como o irmão Thiago, que é astro da equipe espanhola Tau Ceramica e da seleção brasileira, Michelle jogava como pivô – tinha 1,96 metro. Em 2004, na Venezuela, ela defendeu o Brasil na conquista do vice-campeonato sul-americano cadete. E no começo do ano passado, antes do diagnóstico do retorno da doença, disputou alguns amistosos com a seleção adulta.

O enterro do corpo de Michelle será hoje de manhã, em Blumenau (SC), onde vive sua família. Thiago Splitter, que mora na Espanha, tinha voltado ao Brasil no último domingo, por causa da piora das condições de sua irmã, e estará presente no funeral.