Presidente da Uefa, Michel Platini apelou nesta quarta-feira aos países europeus a transformarem a fraude no esporte em um crime, dizendo que as autoridades esportivas não podem deter os escândalos de manipulação de resultados sozinhas. Platini disse ao Conselho da Europa em Estrasburgo, na França, que o futebol foi duramente atingido por grupos que buscam lucros milionários através de fraudes.
O dirigente classificou a propagação da manipulação de resultados como algo "alarmante", que tem se revelado impossível de ser contido apenas com punições esportivas. "Essas iniciativas não são suficientes", disse Platini, para enfrentar organizações criminosas e, assim, pediu uma abordagem criminal para contê-la. "Precisamos de políticos para se juntar aos nossos esforços para combater este flagelo", disse na instituição europeia de direitos humanos.
Platini está contando com uma onda de indignação política pela explosão de vários casos de manipulação de resultados para pressionar os governos. "O futebol europeu está com medo, e eu acho que posso até dizer que o esporte europeu como um todo está com medo", disse.
Recentemente, um homem de Cingapura foi condenado a dois anos de prisão por subornar jogadores na Finlândia, o que a Fifa viu como um avanço na luta contra a manipulação de resultados e as apostas ilegais. No entanto, este caso mostrou como o problema está presente em todo mundo, já que o criminosos tinha ligações com a Ásia, África e América Latina.
Escândalos também aconteceram na Turquia, Itália, Israel e Grécia. "O crescimento de apostas relacionadas à manipulação de jogos é alarmante", disse Platini, que elogiou países como a Grã-Bretanha, a Itália, a Espanha por possuírem legislação específica contra a fraude no esporte, mas insistiu que é preciso haver o mesmo em toda a Europa. "A criminalização da fraude esportiva está longe de ser universal. E essa deficiência é, em parte, por isso que a manipulação de resultados ainda acontece".