A polícia sul-africana está procurando dois homens cujas ameaças feitas num programa de televisão de matar e assaltar torcedores durante a Copa do Mundo, em junho, alarmaram as autoridades, que temem que a reputação de violência da África do Sul leve torcedores estrangeiros a não comparecer à Copa.
Uma entrevista de dois autodeclarados criminosos ao canal de TV privado e TV causou ultraje. O ministro da Polícia, Nathi Mthethwa, e o comissário Bheki Cele condenaram o canal de televisão.
Em programa transmitido no fim de semana, os dois homens, cujos rostos estavam escondidos, disseram que vão cometer assaltos armados e homicídios durante o evento principal do futebol mundial, com duração de um mês, que está previsto para atrair 450 mil torcedores estrangeiros. Os dois disseram que isso se justifica, já que seria vingança pelas injustiças coloniais cometidas contra o país.
Mthethwa disse que os dois homens podem ser presos e indiciados por intimidação criminosa, podem ser condenados a 20 anos de prisão. Cele, que defende uma política de atirar para matar contra criminosos violentos, exigiu que a eTV identifique os homens e informe sua localização.
O ministro da Polícia disse que a transmissão repetida da entrevista foi sensacionalista e incentiva a criminalidade e um clima de "medo e histeria".
"Além disso, cria uma plataforma pública indesejável para criminosos e bandidos cuja atuação prejudica os esforços da África do Sul de assegurar uma a Copa do Mundo 2010 em clima de segurança", disse ele.
O ministro garantiu aos visitantes estrangeiros que a Copa do Mundo acontecerá em segurança.
A eTV defendeu o programa, dizendo que foi jornalismo investigativo de qualidade e não glorificou criminosos.
As autoridades sul-africanas e os organizadores da Copa estão atentos à violência, uma das maiores preocupações que cercam o torneio mundial. A África do Sul tem um dos maiores índices mundiais de criminalidade, com 50 homicídios por dia.
O chefe da organização da Copa do Mundo, Danny Jordaan, rejeitou na semana passada sugestões repetidas de que a emboscada da seleção togolesa de futebol na Copa Africana de Nações, em Angola, tenha aguçado a ameaça de violência durante a Copa do Mundo.
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