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Largada dos 50m livre: prova mais rápida da natação tem espaço para nadadores lentos. | STEFAN WERMUTH/REUTERS
Largada dos 50m livre: prova mais rápida da natação tem espaço para nadadores lentos.| Foto: STEFAN WERMUTH/REUTERS

Ninguém se destacou tanto nas eliminatórias dos 50 m livre masculino, prova recheada de astros da natação, quanto Mokhoro Makara, de Lesoto. Ele cruzou a piscina em 55s80, um tempo memorável. Simplesmente porque o recorde mundial da distância, que pertence a Cesar Cielo, é 34s89 segundos mais rápido em uma prova onde cada centésimo conta.

Em relação ao francês Florent Manaudou, líder das eliminatórias, a disparidade foi de 34s09. Lembrou e muito Eric Moussambani, de Guiné Equatorial, que nos Jogos Olímpicos de Sydney-2000 nadou os 100 m para quase dois minutos. A marca de Mokhoro também é bem mais fraca do que as da elite, até mesmo dos 100 m livre. O chinês Ning Zetao, por exemplo, levou o ouro na metragem com 47s84. Ele também perderia para qualquer das finalistas dos 100 m livre feminino.

Mokhoro terminou a prova mais de 20 segundos atrás do penúltimo de sua série classificatória, praticamente se debatendo para terminá-la. Ao chegar à zona mista, seu corpo exibia pelos no rosto e no peito, o que é evitado por nadadores das grandes potências. Mas ele deu boas justificativas para o insucesso.

“Temos apenas uma piscina no país, de 25 m. Não pratico diariamente, depende das circunstâncias. Se eu estou cursando faculdade, quase nunca. Mas, quando estou de férias, nado bastante”, afirmou o nadador de 21 anos, também estudante de direito.

“É um sentimento lindo estar aqui. Mas nadar em 55 segundos não é um sentimento tão lindo. É o meu primeiro torneio internacional de natação”, contou.

Mokhoro jura que costumava ser melhor na natação antes de dividi-la com os estudos. Ele afirmou que sua melhor marca nos 50 m livre era de 35s. Seu tempo de inscrição para o Mundial de Kazan foi de 36s.

Nadando na Rússia a convite da Fina (Federação Internacional de Natação), ele espera que, de alguma forma, sua participação sirva para exibir um pouco mais o esporte dentro de seu país, que fica no sul da África.

“A natação não é popular em Lesoto. Futebol é o esporte número um. Eu gosto de futebol, como o europeu. Mas prefiro a natação”, concluiu.

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