Em uma decisão polêmica no último final de semana, em Montreal, o comitê executivo da Agência Mundial Antidoping (Wada) decidiu aumentar a quantidade tolerada do principio ativo da maconha, o tetrahidrocanabinol (THC), para que seja configurado o doping. Será punido o atleta que tiver mais de 150 nanogramas de THC por mililitro de sangue, o que significa um aumento de 10 vezes do aceito anteriormente.
Na prática, a decisão da Wada faz com que só sejam enquadrados na dopagem os atletas que consumirem a droga no dia da competição. A tendência é de que os que consumirem em dias anteriores acusem uma presença de THC inferior ao limite perdido, escapando da punição.
A possibilidade de retirar o THC de substâncias proibidas é discutida na Wada há algum tempo, mas isso não se concretizou. Apesar de alterar a quantidade máxima de consumo, a entidade alertou que o "limite poderá ser monitorado e alterado a qualquer momento". Uma revisão do Código Mundial Antidoping está programada para daqui a dois anos.
Em 2003, o jogador de vôlei Giba foi punido pela utilização de maconha. Campeão mundial com a seleção brasileira em 2002, o atleta foi suspenso pela Federação Italiana de Volêi por oito jogos após ser pego em um exame em um jogo do Ferrara, clube em que atuava. O jogador admitiu o uso uma única vez e se mostrou arrependido em entrevista coletiva.
Um dos últimos atletas que foi punido por uso de maconha, em setembro de 2012, foi o boxeador Julio Cesar Cháves Junior. Após uma luta com o argentino Sergio "Maravilha", o mexicano que luta pelo peso médio foi suspenso e teve que pagar uma multa de R$ 1,8 milhão.
Também no ano passado o judoca americano Nick Delpopolo foi expulso dos Jogos Olímpicos após o teste dar positivo. Ele alegou ter comido um brownie com a droga sem saber. Em 2009 o nadador Michael Phelps admitiu ter utilizado a droga.
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