Atual campeão mundial, Gabriel Medina, 21, ainda está assustado com o ataque de um tubarão contra o australiano Mick Fanning, 34, no domingo (19). O surfista que é tricampeão mundial foi atacado durante a bateria final da sexta etapa da competição, em Jeffreys Bay, na África do Sul.
De tão assustado, Medina apoia mudanças no circuito. Ele quer até mesmo que a etapa de Jeffreys Bay saia do calendário. “As ondas lá são muito boas, mas há históricos de ataques de tubarão. É muito perigoso. Eu gostaria que tirassem essas etapas que têm esse risco, como Margaret River [na Austrália] também”, disse Medina.
“Eu fiquei em choque com o que aconteceu com o Fanning e ainda estou assustado. Foi um milagre ele ter escapado. Deu sorte. Não era a hora dele”, afirmou Medina, que tem o australiano como seu grande ídolo.
A província do Cabo Oriental, onde fica a praia de Jeffreys Bay, é o local mais perigoso da África para a prática do surfe, pois já registrou 98 ataques de tubarões e 14 mortes, segundo levantamento feito pelo Arquivo Internacional de Ataques de Tubarão (ISAF), que tem sede no Museu de História Natural da Flórida, nos Estados Unidos.
Medina estava na praia quando o ataque aconteceu, mas só viu as imagens pela televisão.
“Foi muito assustador. Quando decretaram o fim do campeonato, ainda estava ótimo para surfar, mas eu não fui. Não tive coragem. Eu treinava sempre de manhã em J-Bay, mas agora só surfo lá se tiver muito mais gente no mar também. E, ainda assim, vou pensar duas vezes”, disse o paulista.
Em Jeffreys Bay, por ser uma área muito perigosa, há sempre uma lancha e dois jet skis na água, que estão lá só para observar a presença de tubarões. Na areia, há ainda salva-vidas e até olheiros, que estão sempre em alerta.
No caso de domingo, nada foi visto. Só foram notar a presença do tubarão quando o animal já estava atacando Fanning, que sofreu apenas alguns arranhões.
Para Medina, um ataque fatal poderia causar um abalo catastrófico para a modalidade.
“Não sei o que poderia acontecer, mas acho que o campeonato de surfe podia até acabar. Ia ser um choque enorme. É uma responsabilidade muito grande. Por isso que falo da importância em colocar as etapas em lugares que não têm histórico de ataques de tubarão”, disse.
“Temos vários outros lugares do mundo que têm ondas e não têm ataques. Eles devem analisar isso”, afirmou.
No início da semana, Paul Speaker, CEO da WSL (Liga Mundial de Surfe), admitiu que vai chamar os surfistas para uma conversa e rever os locais das provas.
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