Depois do ataque de um tubarão branco contra o australiano Mick Fanning, de 34 anos, no domingo (19), a WSL (Liga Mundial de Surfe) já pensa em mudanças na segurança dos surfistas. Fanning foi atacado enquanto disputava a bateria final da sexta etapa do Mundial, em Jeffreys Bay, na África do Sul, contra o compatriota Julian Wilson, de 26 anos. Os dirigentes da liga vão se reunir nos próximos dias para discutir formas para melhorar a segurança dos surfistas no mar.
“Como em qualquer outro esporte, nós, obviamente, estamos sempre procurando melhorias nesse sentido. Sempre dá para fazer melhor. A gente vai ter reuniões para melhorar ainda mais a segurança dentro da água”, disse Renato Hickel, diretor da liga.
O dirigente, porém, ainda não sabe quais mudanças serão feitas.
A área de competição das etapas do Mundial é sempre monitorada. Em Jeffreys Bay, por ser uma praia perigosa, há sempre uma lancha e dois jet skis na água, que estão lá só para observar a presença de tubarões. Na areia da praia, há salva-vidas e até olheiros, que estão sempre em alerta.
No caso de domingo, nada foi visto. Só foram notar a presença do tubarão quando o animal já estava atacando Fanning, que sofreu apenas alguns arranhões e curtiu até um churrasco depois. Assim que aconteceu o incidente, o narrador das baterias na praia pediu assistência dos jet skis e alertou para que todos saíssem do mar o mais rápido possível. A buzina que indica o fim da bateria foi tocada logo em seguida.
Hickel exaltou a rápida ação da equipe de segurança, mas ressaltou que tubarões não são as únicas ameaças no surfe. Nas redes sociais, alguns fãs da modalidade criticaram a liga por realizar etapas em praias com grande risco de ataque desses animais.
“Podemos muito bem ir para lugares em que não há tubarão. Mas o cara pode bater com a cabeça num recife e morrer. Pode bater com a cabeça num banco de areia, como aconteceu com um surfista que ficou tetraplégico. O esporte é perigoso de uma maneira geral”, disse Hickel.
Jeffreys Bay é uma das praias mais perigosas para a prática do surfe por causa da presença de tubarões.
Os australianos Taj Burrow, de 37 anos, em 2003, e Michael Lowe, de 38 anos, em 2007, disseram que foram perseguidos por um durante uma bateria.
A presença desses animais em eventos da liga não é tão incomum assim. Durante a terceira etapa deste ano, em Margaret River, na Austrália, um tubarão passou do lado do australiano Jay Davies, de 28 anos. O que surpreendeu mesmo a organização no domingo foi o ataque, algo sem precedentes no Mundial.
Ainda de acordo com Hickel, um tubarão, possivelmente o mesmo que foi para cima de Fanning, foi visto novamente na praia cerca de 30 minutos depois da investida sobre o australiano.
No fim das contas, a etapa foi cancelada. A segurança e a imagem da liga pesaram para isso.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura
Deixe sua opinião