Entrevista
"Quero ganhar experiência"
Teliana Pereira, tenista.
Depois de 20 anos, o Brasil volta a ter uma mulher disputando uma etapa de Grand Slam. A estreia da pernambucana radicada em Curitiba Teliana Pereira, 25 anos, no Aberto da Austrália, porém, não será fácil. A número 1 do Brasil e 95 do ranking mundial enfrenta a russa Anastasia Pavlyuchenkova, número 30 do mundo, bicampeã do Aberto da Austrália Júnior e que em 2011 chegou às quartas de final em Melbourne e Roland Garros.
Quais seus objetivos na competição? Até onde acha possível chegar?
Quero aproveitar ao máximo esse grande torneio, treinar com as melhores, conviver e conhecê-las melhor, evoluir o meu jogo e ganhar experiência. E procurar as vitórias, mas o crescimento para toda a temporada é o mais importante.
Ser a única brasileira classificada na chave principal no Aberto da Austrália pressiona?
Procuro não pensar nisso e fazer a minha parte. Sempre existe responsabilidade e pressão, mas aos poucos vou aprendendo a lidar melhor com isso.
No torneio WTA de Hobart você perdeu para a novata Naiktha Baines (número 1.068 do mundo). Isso te preocupou?
Não. Cheguei quinta-feira em Melbourne e estou me sentindo bem na quadra rápida. Fiz um bom jogo na estreia em Brisbane há duas semanas, mas em Hobart as condições estavam totalmente diferentes daqui: frio de 6°C e ventos fortíssimos.
Quando o alemão Boris Becker venceu o torneio de Wimbledon em 1985, tornou-se o mais jovem tenista a conquistar um título de Grand Slam. Tinha 17 anos. Apesar de não ter sido a única vitória de um adolescente na época, entrou para história e cada vez tem menos chances de se repetir.
A alta estirpe do tênis envelheceu. A média de idade dos principais tenistas, que nos anos 1980 girava em torno dos 20 e poucos, está mais próxima dos trintões. A prova pode ser vista a partir desta noite (de Brasília) na disputa do Aberto da Austrália, em Melbourne. A começar pelo candidatíssimo a seu quinto título, Novak Djokovic. Aos 26 anos, o sérvio dá mostras que ainda tem muito a conquistar. Atualmente treinado por Becker (46 anos) está longe de ser "velho", considerando que a expectativa de vida do europeu é superior a 80 anos. Mas se jogasse há duas décadas, já poderia considerar um plano de aposentadoria.
Nas últimas 20 temporadas, a média etária dos vencedores masculinos em torneios do Grand Slam subiu de 22 para 26 anos. Entre os dez primeiros colocados do ranking, Djoko e o escocês Andy Murray são os mais jovens, ambos com 26 anos a média de idade do seleto grupo é de 28 anos.
O número 1 da lista, o espanhol Rafael Nadal, 27, ano passado deu mostras de que os tenistas estão aprendendo a lidar com o avanço do tempo. Mesmo depois de seis meses afastado para se recuperar de lesões no joelho, retornou para a temporada no saibro e retomou o topo do ranking. Foi ele, inclusive, o último tenista a vencer um "major" antes de completar 20 anos, em Roland Garros 2005.
A tendência também se repete no feminino: entre 1993 e 2013, a média de idade entre as vencedoras em torneios do Grand Slam subiu de 22,5 para 28,5 anos. Pesou bastante para o aumento da taxa os títulos da norte-americana Serena Williams, que em 2013 voltou soberana ao topo da lista das melhores do mundo, vencendo Roland Garros e o US Open aos 31 anos.
Postergar o auge da carreira também faz com que resultados inéditos aconteçam quando muitos já considerariam um tenista fora de concorrência. O suíço Stanislas Wawrinka chegou no ano passado à sua primeira semifinal em um Grand Slam aos 28 anos.
"Os avanços da ciência do esporte têm colaborado muito para isso. Cada vez mais se pensa em como fazer o atleta usar melhor sua energia. Pensa-se a aplicação das tecnologias voltadas para o indivíduo, desenvolver os potenciais e minimizar as deficiências, melhorar a recuperação física", explica o doutor em Fisiologia da UFPR, Raul Osiecki.
Ainda assim, definir o melhor momento de encerrar a carreira ainda é a maior dúvida. Aos 32 anos, o suíço Roger Federer é a grande incógnita da temporada. Em 2013, seu melhor resultado foi justamente na quadra azul australiana, em que chegou à semifinal. Ele teve um jejum de finais em Grand Slam, o que não acontecia desde 2002.
Vai piorar antes de melhorar: reforma complica sistema de impostos nos primeiros anos
“Estarrecedor”, afirma ONG anticorrupção sobre Gilmar Mendes em entrega de rodovia
Ação sobre documentos falsos dados a indígenas é engavetada e suspeitos invadem terras
Nova York e outros estados virando território canadense? Propostas de secessão expõem divisão nos EUA
Deixe sua opinião