O técnico Bernardinho, da seleção masculina de vôlei, negou que pretenda se candidatar ao governo do Rio de Janeiro. Ele afirmou que não consegue "se enxergar" como postulante ao Palácio Guanabara e disse não ser "a pessoa mais indicada".
A declaração, dada à emissora SporTV quarta-feira do assédio que vem sofrendo do PSDB. O treinador se filiou ao partido em agosto do ano passado e é visto pelo senador Aécio Neves, pré-candidato à presidência pelo partido, como o palanque ideal no Rio.
A negativa, porém, não é definitiva. Ele afirmou na entrevista que "no momento, a resposta é não". Bernardinho apontou como principal razão para rejeitar a candidatura a resistência da família.
"A família em casa tem uma resistência enorme em relação a isso. Tenho filhas pequenas. Há 20 anos que estou trabalhando em seleções como treinador. Já fiz um certo sacrifício do ponto de vista de distância da família, pressão... Pelo amor de Deus, [pressão] completamente diferente de uma candidatura ao governo de um Estado. Isso seria muito maior", disse o técnico.
Aécio tem feito forte pressão para Bernardinho aceitar a candidatura. O senador chegou a ligar para o treinador até mesmo quando ele estava fora do país, comandando a seleção na Copa dos Campeões, em novembro. A dirigentes da CBV (Confederação Brasileira de Vôlei), o treinador disse no fim de 2013 que, naquele momento, não pretendia ser candidato.
A mulher de Bernardinho, a ex-jogadora de vôlei Fernanda Venturini, por sua vez, já declarou abertamente sua rejeição. "A família quer ele nas quadras e não na política", disse ela em novembro.
O presidenciável tucano havia comemorado a filiação do técnico, o apontando "grande alternativa" e "um grande motivador que pode oxigenar a política do Rio". Bernardinho, porém, disse "não ser a pessoa mais indicada".
"As pessoas têm apoiado, gostariam que eu fosse. Eu não me sinto mais capaz para assumir nada disso. Sinceramente não me vejo como candidato. Não consigo me enxergar como tal, apesar da pressão ser grande, as pessoas falem, acho que não sou a pessoa mais indicada", afirmou Bernardinho.
Críticas
O treinador, porém, não deixou de comentar falhas do governo estadual. Ele comentou reportagem do jornal "O Globo" na qual apontava que o Estado investiu apenas 17% do previsto em saneamento básico.
"Vi no jornal que investiu-se menos de 20% do que era previsto em saneamento. Fiquei pensando: 'Meu Deus, para onde a gente vai?'. Não vejo a transformação disse tudo com a candidatura de A ou de B. Tem que haver um pacto social em relação a isso, as pessoas tem que fazer a sua parte. Tem que parar que com isso e fazer aquilo que é certo, o que realmente tem que ser feito. Cada um de nós. Aí sim poderemos pensar numa mudança", disse ele.
Como a PF costurou diferentes tramas para indiciar Bolsonaro
Cid confirma que Bolsonaro sabia do plano de golpe de Estado, diz advogado
Problemas para Alexandre de Moraes na operação contra Bolsonaro e militares; assista ao Sem Rodeios
Deputados da base governista pressionam Lira a arquivar anistia após indiciamento de Bolsonaro