O Balneário Guacyara, um dos 32 balneários de Matinhos, é um dos principais endereços para os praticantes do bodyboarding do Paraná. É lá que o paranaense Marcos Boeno treina quase todos os dias e de onde saem as suas principais manobras, como o 360º, o back-flip e o rollo.
Principal destaque do esporte no Estado, o matinhense é o atual bicampeão paranaense e bicampeão do Acambody (o temido circuito de ondas perigosas em picos secretos de Santa Catarina, evento fechado apenas para atletas da elite da categoria). Ele ainda é o atual campeão sul-brasileiro. Aos 27 anos, o atleta busca financiamento para competir no circuito mundial. “Estamos trabalhando com algumas marcas parceiras. Os custos são altos”, define.
No Brasil, o esporte luta para conseguir se estruturar e perde fatias consideráveis de mercado para o surfe, que, aliás, acaba de se tornar esporte olímpico. “Sentimos muito o impacto da crise econômica”, avalia Sanderson Trevisan, vice-presidente da Federação Paranaense de Bodyboarding, que conta com quase 100 associados. “Muitas empresas que nos financiavam com regularidade, passaram a ‘estudar’ os projetos. Sem falar que mudamos dirigentes, o que, no meio que trabalhamos, desestabiliza um pouco o financiamento imediato. Agora que estamos resgatando a confiança dos investidores”, alega. Para o ano que vem, estão confirmadas três etapas, todas em Matinhos.
Os objetivos de Boeno, de 27 anos, são moderados. Em 2017, ele pretende participar de três etapas do circuito mundial, uma no Brasil e duas no Chile. Se conseguir bancar os custos e pontuar bem no ranking, almeja entrar no grupo de atletas que representarão o Brasil no Isa Games de Bodyboarding de 2018, campeonato mundial da categoria.
Enquanto os planos são traçados e as conversas com investidores são travadas, Boeno continuará a participar dos circuitos regionais para auxiliar na divulgação do esporte dentro do Paraná. “É preciso incentivar a nova geração e manter o nível alto dos atletas. Temos que fortalecer o esporte e criar laços com empresas para difundir o bodyboarding”, completa Boeno.