Usain Bolt voltará a defender a condição de maior velocista da história no Mundial de Atletismo de 2013, que será disputado entre os próximos dias 10 e 18, em Moscou. O jamaicano espera apagar a má impressão deixada na edição anterior da competição, em 2011, em Daegu, na Coreia do Sul, quando queimou a largada na final dos 100 metros e acabou eliminado.
Antes de embarcar para a Rússia neste final de semana, Bolt falou sobre as perspectivas para o Mundial e garantiu ter superado aquele episódio negativo.
"Eu não penso mais nisso. Na época foi decepcionante, porque sabia que estava em ótima forma e se tivesse me saído bem ganharia a medalha de ouro. Mas já deixei isso pra trás, aprendi e segui em frente. Agora estou focado em Moscou e em me preparar bem até lá", disse o jamaicano, em entrevista distribuída pela Puma, um de seus patrocinadores. Após o episódio, ganhou o bicampeonato olímpico da prova em Londres-2012.
Recordista dos 100 e dos 200 metros, Bolt também exaltou o peso de recuperar o título mundial da prova mais veloz do atletismo. "Sem dúvida que é muito importante. Quero continuar ganhando todas as corridas que competir, e os 100 e 200 metros em Moscou serão as provas mais importantes do ano para mim. Por isso estou trabalhando duro com meu treinador, para dar a mim mesmo a chance de fazer isso", enfatizou.
Bolt chegará a Moscou como grande favorito ao ouro nos 100 metros também por causa da ausência de três de seus principais adversários. Um deles é o seu compatriota Asafa Powell, flagrado recentemente em exame antidoping. O mesmo ocorre com o norte-americano Tyson Gay, que também testou positivo para uma substância proibida. Para completar, ele não terá a concorrência do também jamaicano Yohan Blake, que desistiu de ir ao Mundial por causa de uma lesão na coxa direita.
O favoritismo ao ouro de Bolt nos 100 metros se acentuou ainda mais depois de o astro ter cravado o melhor tempo do ano na etapa de Londres da Diamond League, na qual garantiu o ouro com a marca de 9s85. Ele, porém, garante deixar isso em segundo plano. "Nunca penso em somente um atleta. Terão outros sete caras nos blocos ao meu lado, e vou estar correndo contra todos eles", lembrou.
Bolt também evitou projetar uma briga particular com o norte-americano Justin Gatlin, único que parece oferecer alguma ameaça ao seu ouro nos 100 metros deste Mundial. "Como eu disse, não estou preocupado com uma pessoa só. Todos os outros caras tentarão me bater e provar isso a eles mesmos. Eu não posso pensar sobre a ameaça de uma pessoa, tenho de focar em mim, meu treino e minha preparação", completou.
Ao ser questionado sobre a possibilidade de quebrar o seu recorde mundial dos 100 metros, de 9s58, cravado no Mundial de 2009, em Berlim, ele disse estar convicto de que "é claro que há essa possibilidade", mas sublinhou que para conseguir isso teria de fazer uma "corrida tecnicamente quase perfeita", e que a mesma fosse realizada sob condições climáticas favoráveis.
"Estou focado em manter um condicionamento físico em que esteja capaz de fazer isso. O recorde mundial dos 200 metros seria um que eu realmente amaria quebrar novamente, para saber se ainda é possível baixar dos 19 segundos. Isso seria realmente especial", declarou a estrela maior do atletismo, que cravou a marca mundial de 19s19 nos 200 metros, também em Berlim há quatro anos.