Usain Bolt quebrou o silêncio nesta quinta-feira (25) sobre os recentes casos de doping que mancharam o atletismo. O jamaicano, homem mais rápido do mundo, voltou a dizer que não se dopa.
"Se vocês [jornalistas] me seguem desde 2002, então sabem que eu fiz coisas extraordinárias desde que tinha 15 [anos]. Fui a pessoa mais jovem a ganhar o Mundial Juvenil. Marquei o recorde mundial juvenil [dos 200 m] aos 18. Quebrei todos os recordes que poderiam ser batidos, em todos os níveis. Mostrei a todos, durante todos esses anos, que sempre iria ser um grande", disse Bolt, em entrevista coletiva às vésperas da etapa de Londres da Diamond League.
O jamaicano, porém, não quis se aprofundar ao comentar os casos de doping dos seus compatriotas Asafa Powell e Sherone Simpson e do norte-americano Tyson Gay, que neste ano lidera o ranking mundial dos 100 m. "Sem dúvida é um pequeno retrocesso [para o atletismo], mas, como pessoa, não posso me concentrar nisso", comentou.
Recentemente veio à tona que Powell e Simpson testaram positivo para o estimulante oxilofrona na seletiva jamaicana para o Mundial, em junho.
Outros atletas do país também foram pegos no antidoping - Allison Randall e Travis Smikle, do lançamento de disco, admitiram estar entre eles. "Definitivamente, é surpreendente. Creio que faltam muitos detalhes. Assim, estou esperando os resultados e ver o que acontece, porque tem muitas coisas que não foram ditas", declarou o homem mais rápido do mundo.
Bolt indicou que falou brevemente por mensagem de texto com Powell depois do anúncio do doping. "Não queria bombardeá-lo com perguntas. Lamento o que está acontecendo. Apenas disse a ele que seja forte e mantenha a concentração, que tomara tudo se resolva."
O bicampeão olímpico é atualmente apenas o sexto do ranking mundial dos 100 m, com o tempo de 9s94 que fez no Campeonato Jamaicano. Gay lidera com 9s75, seguido dos jamaicanos Nesta Carter (9s87) e Powell (9s88). "Todos estão melhorando, então tenho de me concentrar nisso antes do Mundial. Só penso em trabalhar duro, correr rápido, e oxalá eu possa ajudar as pessoas a esquecer o que aconteceu e virarem a página."
Neste fim de semana ele participa da etapa de Londres da Diamond League. No final de agosto irá a Moscou para o Campeonato Mundial de Atletismo.
O astro jamaicano se mostrou ciente de que precisa ser um exemplo. "Fui criado para inspirar as pessoas e para correr. Tenho esse talento e é isso que faço. Confio em mim e na minha equipe. Nas pessoas com quem trabalhei. E sei que estou limpo", comentou, em referência à possibilidade de seus adversários terem caído no doping não por falhas próprias, mas de terceiros.