Após a campanha vexatória na Copa América, em que perdeu para todos os adversários, incluindo a fraca Jamaica, o Brasil tenta agora uma vaga no Mundial de Basquete do ano que vem, na Espanha, por vias burocráticas. Nesta quarta-feira, a Confederação Brasileira de Basquete (CBB) oficializou o o pedido à Federação Internacional (Fiba) para disputar a competição como convidado.
Pelos critérios da entidade internacional, quatro das vagas na competição serão apontadas por meio de convites. As equipes que não conseguiram a classificação na quadra devem formalizar um pedido e oferecer uma "doação" à Fiba - dinheiro que será utilizado para promover e divulgar o basquete mundialmente.
O presidente da CBB, Carlos Nunes, agradece "o apoio das entidades governamentais e esportivas, dos jogadores, da comunidade do basquete, patrocinadores, apoiadores e da mídia nessa empreitada", mas não revela de onde virá o dinheiro da doação.
Entre os critérios definidos pela Fiba (divididos entre esportivo e promocional, econômico e governamental), estão alguns que podem ajudar o Brasil, como a popularidade do basquete no país e o histórico de resultados, uma vez que o país é bicampeão mundial, em 1959 e 1963.
Em nota, a CBB lembra ainda que Brasil e Estados Unidos são os únicos dois países que disputaram as 16 edições do Campeonato Mundial e que organizou, até 2012, 33 competições internacionais da Fiba e da Fiba Américas, sendo oito Mundiais. Além disso, ressalta que a seleção masculina é 10ª colocada no ranking.
A CBB não divulgou se, na carta que enviou à Fiba, anexou declarações de seus principais jogadores - Nenê, Leandrinho, Tiago Splitter e Anderson Varejão, que atuam na NBA - se comprometendo a jogar o Mundial caso o Brasil conquiste a vaga.
A ausência dos jogadores da NBA é um dos empecilhos para que a vaga fique com o Brasil. Nos últimos anos, o basquete masculino nacional vem sofrendo com pedidos de dispensa de alguns dos principais jogadores, chegando ao ápice justamente na Copa América, quando todos os brasileiros que atuam NBA não foram à Venezuela. A situação provocou até críticas públicas do técnico Rubén Magnano, que cobrou maior comprometimento dos atletas com a seleção.
Para as quatro vagas restantes, China, Turquia, Rússia e Itália deverão ser os principais concorrentes do Brasil. A China tem um enorme mercado consumidor, os turcos são os atuais vice-campeões mundiais, a Itália foi vice-campeã olímpica em 2004, enquanto a Rússia já venceu três Mundiais (todos ainda como União Soviética). A Venezuela deverá ser a única adversária sul-americana neste pleito.
A decisão da FIBA sobre os quatro países convidados para a Copa do Mundo será divulgada durante a reunião da entidade nos dias 1º e 2 de fevereiro, em Barcelona, na Espanha.
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