Projeto
Giacomini vem ao Brasil para espalhar o amor pelo futebol americano
Breno Giacomini não é apenas orgulhoso de levar traços de uma cultura diferente para a NFL, mas também trabalha para inverter a dinâmica e espalhar o futebol americano pelo mundo. Ao lado do tight end do Cleveland Browns, Gary Barnidge, o atleta é cofundador da ONG American Football Without Barriers (AFWB) Futebol Americano Sem Barreiras, em tradução livre , que organiza clínicas esportivas para jovens ao redor do mundo, e tem sua próxima parada agendada para os dias 15 e 16 de fevereiro, no Rio de Janeiro.
Em uma iniciativa inédita, Giacomini e Barnidge desembarcam no país acompanhados de um time de estrelas da NFL. A comitiva inclui Golden Tate e Russell Okung, do Seattle Seahawks; Jordan Cameron, Barkevious Mingo, Alex Mack e Johnson Bademosi, do Cleveland Browns; DeAngelo Williams e Steve Smith, do Carolina Panthers; Thomas Keiser, do San Diego Chargers; e o brasileiro Maikon Bonani, que jogou a pré-temporada com o Tennessee Titans.
Em conversa durante o Media Day do Super Bowl, Giacomini comemorou o sucesso do projeto. "Foram 450 inscrições na primeira meia-hora", revelou, comparando com a primeira clínica realizada pela AFWB, em Xangai, China, que teve cerca de cem participantes. Apesar do calibre dos "professores", os ingressos custam apenas 1 kg de alimento.
"O objetivo é ensinar técnica, pois essa é a chave para jogar bem", explicou o camisa 68. "E, no fundo, tudo se resume a espalhar o amor pelo esporte." As inscrições do evento, feito em parceria com a Confederação Brasileira de Futebol Americano, já estão encerradas.
Serviço
Super Bowl 48 no cinema: Em Curitiba, o jogo será exibido pelo UCI Palladium, a partir das 21 h. Preço: R$ 50 (inteira); R$ 25 (meia).
Os fãs da NFL nos Estados Unidos estão cada vez mais familiarizados com Breno Giacomini, o right tackle camisa 68 do Seattle Seahawks. Peça fundamental na linha ofensiva e titular absoluto, será de extrema importância para as pretensões da equipe em derrotar o Denver Broncos no Super Bowl 48, hoje, a partir das 21h30 (de Brasília), no MetLife Stadium, em Nova Jersey. Mas o que poucos sabem é que essa máquina de fazer bloqueios, com 2 metros de altura e 144 quilos, é totalmente movida por feijão com arroz. E pelos motivos mais brasileiros possíveis.
Filho dos mineiros João Carlos e Conceição Giacomini, Breno é o mais próximo que o Brasil já esteve de ter um representante do país na grande final da NFL. O atleta nasceu e passou seus 28 anos de vida nos EUA, mas faz questão de dar valor ao sangue verde e amarelo que corre nas veias.
Giacomini conversa em português com uma boa desenvoltura. Naturalmente, o sotaque carregado e alguma dificuldade com vocabulário denunciam que o jogador nunca morou no Brasil. Mas, apesar de confessar se sentir mais confortável na língua nativa e bater papo em inglês com a Gazeta do Povo, não fugiu da raia nenhuma vez que foi entrevistado no nosso idioma.
Em uma dessas conversas com uma emissora brasileira, seu colega de linha ofensiva Paul McQuistan ouviu o papo, chegou ao lado e interrompeu, perguntando: "Arroz com feijão?", em um português quase ininteligível, mas esforçado.
Curiosamente, o popular e tradicional prato da culinária tupiniquim se tornou marca registrada de Breno Giacomini entre os Seahawks. "É só o que ele come, arroz com feijão", confirmou o wide receiver Golden Tate, companheiro do camisa 68 no ataque. "Toda vez que ele cozinha, é isso. Arroz com feijão."
Mas é claro que outra vertente da cozinha brasileira não ficaria de fora. "Ah, sim, ele nos levou a uma churrascaria brasileira. Breno é muito orgulhoso de sua descendência", comentou, com água na boca, o center Max Unger, capitão da linha ofensiva com 138 kg.
Ao crescer em Cambridge, Massachusetts, na região metropolitana de Boston, Breno começou na vida esportiva como goleiro no futebol da bola redonda. Conforme ganhou estatura, mergulhou no basquete, e apenas no último ano de ensino médio foi convencido a migrar para o futebol americano, por ter os atributos físicos certos para a modalidade. Seu talento em campo rendeu uma vaga na Universidade de Loisville, onde percorreu o caminho natural do esporte nos EUA e foi selecionado em 2008 pelo Green Bay Packers na quinta rodada do Draft a principal porta de entrada para os novatos.
Sem sucesso com os Packers, Giacomini foi aprimorado pelo Seattle Seahawks e hoje está entre os grandes bloqueadores da liga. "Foi uma questão de saber puxar o talento de dentro dele", comentou o técnico da linha ofensiva, Tom Cable. "Tem sido uma grande parceria, um daqueles casos em que você precisa de alguém e alguém precisa de você."
Estar entre os titulares alavancou a popularidade de Giacomini, que tem conquistado os familiares que vivem em Minas e outros brazucas admiradores do esporte. O primeiro a ser sugado para o mundo do futebol americano foi seu pai, João Carlos. "Ele não fazia ideia do que via em campo no começo. Agora é, tipo, o que aconteceu naquela terceira descida para três jardas?, coisas assim", revelou.
O atleta já visitou a terra natal dos pais cerca de dez vezes, mas é pela internet que sente o calor da torcida verde e amarela. "A resposta dos brasileiros tem sido incrível. Muitos contatos pelas redes sociais, infelizmente não dá para responder todo mundo." Giacomini se diz orgulhoso de ajudar a formar uma legião de "12th Men" apelido dos torcedores dos Seahawks no Brasil.
Ao vivoSeattle Seahawks x Denver Broncos, às 21h30, na ESPN